FHC quer acordo para Tasso ser candidato a presidente pelo PSDB

Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique quer a sigla tucana ocupando o centro político e, para isso, vê em Tasso a candidatura ideal

O senador cearense Tasso Jereissati (PSDB) tem um aliado na corrida interna no PSDB rumo à condição de candidato a presidente da República: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O presidente de honra do partido, segundo o jornalista Kennedy Alencar, do Uol, quer tornar o amigo tucano postulante sem que disputas prévias sejam necessárias. Elas estão programadas para o começo de 2022.

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Para isso, FHC necessita, via acordo, demover as pretensões nacionais dos governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), e ainda do ex-prefeito de Manaus, Artur Virgílio.  

Nos bastidores, aliados do tucano cearense já confidenciaram ao O POVO que ele tem interesse na disputa, embora seus movimentos públicos sejam discretos. 

Por isso mesmo, as falas à imprensa sobre 2022 e o PSDB são vistas como demonstrações de interesse, por saírem - ainda que remotamente - do script natural do tucano.

Se não considerasse a sério a possibilidade de disputa nacional, falam as mesmas vozes aliadas, já teria sanado as especulações com alguma declaração.

O jornalista Kennedy, porém, escreve que a família do senador não simpatiza com a ideia da disputa, pois uma corrida presidencial pode ser desgastante para a saúde do político que terá 73 anos quando a campanha começar.

Tasso, contudo, tem se colocado de fato como possibilidade no partido, ainda que as afirmações sempre venham seguidas de ponderações. A principal delas é a de que aceita a empreitada somente se conseguir unir as forças do centro em torno de si, as que estão dentro e fora do PSDB

“Preciso sentir que sou a pessoa que tem mais capacidade de agregar”, ele disse à Veja em matéria publicada em 14 de maio deste ano.

Na perspectiva de FHC, o caráter centrista torna o empresário cearense o seu preferido. O sociólogo quer ver o tucanato reposicionado ao centro, no que seria um movimento de retorno ao espectro político mais compatível com as raízes sociais-democratas do partido.

Ao longo dos anos e das vitórias do Partido dos Trabalhadores (PT), a legenda deu passos à direita significativos. Tucanos, inclusive Tasso, afirmam que o PT os empurrou para a direita. Lula e próceres do PT adotaram tom bélico em relação aos tucanos, e vice-versa.

O PSDB já detinha a preferência do eleitorado conservador por despontar como principal polo de oposição ao PT. Na sequência, precisamente em 2018, setores do partido deram - por sua conta - mostras de identificação com a direita mais radical.

Dos nomes mais conhecidos da agremiação, embora sem vinculação sólida a ela, João Doria abraçou a candidatura de Jair Bolsonaro (então no PSL) ainda quando Geraldo Alckmin, um filiado histórico, estava na disputa.    

A resistência de setores tradicionais do PSDB a João Doria, somada ao mal rendimento do governador nas pesquisas sobre a aprovação de seu governo e, ainda, à dificuldade de capitalizar politicamente com a Coronavac - resultado da parceria do Instituto Butantã, ligado ao governo de São Paulo, e a biofarmacêutica Sinovac - podem ser fatores de crescimentos para os concorrentes. 

Por outro lado, ainda pode prevalecer sobre o cenário adverso a máxima política de que o governador de São Paulo é um candidato natural à Presidência.

Já Tasso, atualmente, é membro titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e, a partir dela, move críticas ao governo Bolsonaro, pela forma como administrou a crise sanitária até aqui.

Em entrevista ao O Globo publicada nesta segunda-feira, 7, ele afirmou que o presidente será responsabilizado pelas estatísticas alarmantes. São mais de 473 mil mortos pelo vírus.

Dia de 15 de junho estreia Jogo Político 

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