Bolsonaro pede "justa remuneração" por "serviços ambientais" prestados pelos biomas do Brasil

Em discurso nesta quinta-feira, 22, na primeira sessão da Cúpula de Líderes sobre o Clima, presidente disse que remuneração é forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação

Durante discurso de abertura da Cúpula do Clima, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) avaliou que o Brasil precisa de “pagamento justo” por ter tantos biomas importantes presentes no país. "É preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nossos biomas ao planeta como forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação", disse. Contudo, ele reforçou que está aberto à cooperação internacional. “Contem com o Brasil”, destacou.

Bolsonaro participa nesta quinta-feira, 22, da primeira sessão da Cúpula de Líderes sobre o Clima, organizado pelo presidente norte-americano, Joe Biden. Foram convidados 40 países para o encontro. A cúpula antecede a 26ª Conferência sobre o Clima, a Cop26, a ser realizada em novembro em Glasgow, na Escócia. Um dos principais objetivos é impedir a elevação da temperatura média do planeta acima de 1,5 grau neste século.

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Bolsonaro começou sua fala destacando a “vanguarda” brasileira no enfrentamento às mudanças climáticas e que o país é atualmente responsável por menos de 3% das emissões de carbono mundial e tem “uma das agriculturas mais sustentáveis do planeta”.

Em seu discurso no evento virtual, o presidente se comprometeu ainda com as ações necessárias para zerar até 2050 as emissões dos gases de efeito estufa e acabar com o desmatamento ilegal até 2030. Contudo, a meta já havia sido anunciada pelo governo em 2015, no Acordo de Paris. Bolsonaro falou também a importância do auxílio internacional e do apoio financeiro das nações mais ricas e empresas para alcançar os objetivos.

“Determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050, antecipando em dez anos a sinalização anterior”, disse. O presidente falou sobre o desmatamento e disse que se comprometeu a fortalecer os órgãos de fiscalização: “Apesar das limitações orçamentárias do governo, determinei o fortalecimento dos órgãos ambientais do governo, duplicando os recursos destinados às ações de fiscalização”, afirmou. 

A promessa é um avanço em relação ao que foi anunciado anteriormente. No último acordo climático, o governo brasileiro previa esse objetivo apenas em 2060. A posição é uma clara mudança de tom diante das cobranças internacionais por maior colaboração. O Brasil chega na Cúpula de Líderes sobre o Clima com sua reputação prejudicada e uma imagem ambiental má vista por líderes mundiais, visto o crescimento do desmatamento da Amazônia.  

Organizações ligadas à questão ambiental temem negociações entre Bolsonaro e Biden. Nesta quarta-feira, 21, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de um tuitaço divulgado por organizações ambientais pedindo a sua saída do cargo. 

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