Ciro rebate Lula: "Ele faz de conta que todos somos um bando de imbecis, de idiotas"

O ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) deu dura resposta ao ex-presidente Lula depois que o petista questionou aproximação do ex-aliado com a direita

Um dia após o ex-presidente Lula questionar a aproximação do ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) com a direita, o pedetista reagiu de forma dura. Em entrevista ao jornalista Luiz Datena, na rádio Bandeirantes, Ciro disse que Lula "só pensa em política". "E ao pensar em política ele não tem critério nenhum. Ele faz de conta que nós todos somos um bando de imbecis, um bando de idiotas, cegos, desmemoriados, que temos que dar amém a todo tipo de contradição dele", completou.

Nesta quinta-feira, 15, em conversa com o jornalista Jocélio Leal, na rádio O POVO CBN, o ex-presidente criticou o que chamou de "inflexão política" por parte de Ciro Gomes. "O Ciro agora está fazendo uma inflexão política na minha opinião equivocada. Ele resolveu colocar o PT e a esquerda como inimigos para tentar namorar quem? Qual é a dama que ele vai ganhar nesse baile do jogo político? Os herdeiros do tucanato, não. Os tucanos vão ter candidatura própria e certamente não vai ser o Ciro. Ele quer agradar os setores da direita? O setor da direta vota no Bolsonaro", avaliou o ex-presidente.

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Acompanhe entrevista de Lula na íntegra:

Sobre essa postura, Ciro rebate afirmando que está tentando "unir o Brasil", diante de uma situação que, na visão dele, é "a pior da história". "Sob o ponto de vista concreto, no momento em que nós estamos conversando aqui, mais da metade do povo brasileiro está sem a oportunidade de trabalho decente. Se virando com bico, sem qualquer garantia de vida hoje ou no futuro quando vier a velhice. Nós temos a maior quantidade de desempregados da história do Brasil", destacou.

O ex-ministro comentou também a dificuldade de acelerar a vacinação no País e o contexto econômico adverso. "O Brasil está um último lugar em vacinação, sob o ponto de vista da segunda dose, menos de 4% do povo brasileiro a essa altura do campeonato. O americanos vão vacinar 100% da sua população até o fim de junho, e nós estamos no 4% da população brasileira. Na economia o desastre é geral, o buraco nas contas do governo não tem precedentes. O Brasil perdeu três posições no ranking internacional. É a única grande economia do mundo que tá encolhendo", explicou.

Em seguida, elencou uma série de contradições que, na visão dele, não fazem de Lula uma boa opção para o País. "O Lula tá agarrado com o (senador) Renan Calheiros, que fez o impeachment da (ex-presidente) Dilma. E eles dizem que foi um golpe. Se foi um golpe, quem fez foi o Senado, e o presidente do Senado era o Renan e o Eunício Oliveira. O Lula tá agarrado com (o ex-senador) Eunício Oliveira, deu para o Eunício Oliveira, mais outro escândalo, R$ 1 bilhão em contratos com a Petrobras sem licitação. O nome da empresa chama Manchester. Eu sou muito sério, eu tenho documentos, enfim. E o Lula tá agarrado, procurando, enfim, o Waldemar Costa Neto, que é o velho parceiro dele", apontou.

Ciro também apontou como fatores negativos de Lula a incapacidade de se renovar e o autocentrismo, sendo o Brasil apenas um "detalhe". "O Lula não se renova e ele pode fazer o que quiser e bem entender, e todo mundo bate palma, e todo mundo diz amém, e isso que corrompeu o Lula. Eu tenho uma estima por ele, mas ele não se renova, ele não quer se renovar, e pra ele o Brasil é um detalhe. O negócio dele é ele, ele, ele e ele, de depois ele de novo", sublinhou.

Voltou também a afirmar que o bolsonarismo é resultado do "lulopetismo", realidade que colocaria o Brasil em situação bastante adversa e o impede de fazer uma aliança com o PT. "Repare: existiria o bolsonarismo radical, odiento, se não fossem as contradições econômicas, políticas e morais do PT? Isso é uma pergunta simples que qualquer pessoa poderia pensar. Não existiria. A população votou nesse despreparado, nesse tosco, nesse irresponsável que é o Bolsonaro porque perdeu emprego, viu destruir sua pequena empresa, assistiu em tempo real todo essa imensa massa de escândalos", apontou.

Na avaliação de Ciro, o risco de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não pode ser justificativa para aceitar a volta do PT ao poder. "E aí nós vamos agora, pra enfrentar o Bolsonaro, vamos botar o dedo no nariz e obrigar todo o povo brasileiro a esquecer tudo isso, em nome de uma volta ao passado, que é uma roupa que não nos serve mais. Não há resposta aí. O passado é uma roupa que não serve mais pra nós. O Brasil é outro, os desafios são outros".

Argumentou também que o bolsonarismo e o lulopetismo se retroalimentam, o ex-ministro se coloca como opção para romper com essa polarização. "Vai começar já já. Na live de ontem o Bolsonaro já mandou bala. (...) Lá vem o Bolsonaro dizer que o Lula é ladrão, que os filhos do Lula enriqueceram. E o Lula vai dizer o que de volta? Que o Bolsonaro é ladrão. Onde é que nós vamos parar? Então, eu quero ver se eu ajudo o País a encontrar um caminho de paz, que a gente reconheça que cada um deu a sua contribuição, mas que é hora de o país andar pro futuro".

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