Participamos do

Juiz da Lava Jato decreta prisão do ex-deputado Aníbal Ferreira Gomes

Político citado foi citado como beneficiário de propina em denúncia de delator que deu base à operação de hoje, realizada em três estados. O ex-ministro das Minas e Energia, Sals Rondeau, também é um dos alvos
13:16 | Jun. 25, 2020
Autor Filipe Pereira
Foto do autor
Filipe Pereira Repórter de Política
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

O suplente de deputado federal Anibal Gomes (DEM) é um dos alvos da nova operação da Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira, 25. Por meio da Operação Fiat Lux, o parlamentar, que teve prisão decretada pelo juiz federal Marcelo Bretas, está sendo acusado de receber R$ 3 milhões em propina junto com o engenheiro Luiz Carlos Batista Sá, outro alvo da operação.

A investigação segue a partir da colaboração premiada -- homologada pelo pelo ministro Edson Fachin, do STF - dos empresários Jorge Luz e o filho, Bruno, ligados ao PMDB, presos na Operação Blackout, realizada em 2017, pela Força-Tarefa da Lava Jato no Paraná.

Segundo os lobistas, foi elucidado o pagamento de vantagens indevidas em pelo menos seis contratos firmados pela Eletronuclear. Os recursos eram desviados por meio de subcontratação fictícia de empresas de serviços e offshores, que por sua vez distribuíam os valores entre os investigados.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Procurado pela reportagem do O POVO, o suplente cearense atendeu o celular, porém não se pronunciou. Minutos depois, o aparelho constava como desligado. O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do RJ, expediu, ao todo, 17 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão temporária nos estados do Rio de Janeiro (capital, Niterói e Petrópolis), São Paulo e no Distrito Federal.

Aníbal Gomes é condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com pena fixada em 13 anos de prisão. Segundo maioria no STF, ele recebeu, por meio de assessor, propina no valor de R$ 3 milhões para intermediar contratos com a Petrobras. O resultado também o sentenciou a pagamento de multa de R$ 6,5 milhões.

A pena, no entanto, não é cumprida de imediato, já que a ação ainda não transitou em julgado, ou seja, não se esgotaram os instrumentos à disposição de suplente. “Temos muitas chances de reverter essa decisão no pleno do STF e mostrar nossa inocência. Aquilo (acusação) não procede”, defendeu-se na época.

O ex-parlamentar é cotado para assumir o cargo do titular, deputado federal Mauro Benevides Filho (PDT), no Congresso Nacional, no mês de julho, que estuda voltar ao Estado para reassumir o cargo de secretário de Planejamento e Gestão no governo Camilo Santana.

Também é alvo de investigações na Operação Fiat Lux, decretada nesta manhã, Silas Rondeau, ex-ministro das Minas e Energia entre 2005 e 2007 (no segundo governo Lula). Até o fechamento desta matéria, entre as pessoas que tiveram prisão temporária decretada nesta quinta está Ana Cristina da Silva Toniolo, filha do ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro, condenado a 43 anos de prisão por corrupção, mas que está solto graças a um habeas corpus e não foi alvo da operação de hoje. Ana Cristina foi presa temporariamente em São Paulo, onde vive com o marido e o filho.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar