Celso de Mello impõe sigilo e nega pedido de Flávio Bolsonaro para acessar depoimento de Paulo Marinho
Empresário será ouvido em inquérito que apura se Bolsonaro interferiu na PFO ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs nessa segunda-feira, 25, sigilo ao depoimento que será prestado pelo empresário Paulo Marinho hoje, 26, atendendo a um pedido da Polícia Federal. Segundo o G1, o ministro ainda negou acesso do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) aos depoimentos do empresário e de Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete do congressista,
O empresário será ouvido nesta terça-feira, 26, na Superintendência da PF no Rio de Janeiro, no inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na PF.
A defesa de Flávio Bolsonaro pediu ao Supremo para acompanhar o depoimento, o que também foi negado. Pela decisão, os advogados de Sergio Moro e a Advocacia-Geral da União, (AGU) que representa o presidente Jair Bolsonaro, também não vão poder acompanhar os depoimentos.
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AssineNa decisão, Celso de Mello afirmou que apenas o Ministério Público, "em sua condição de 'dominus litis"(do latim “dono do litígio”, ou seja, titular da ação), poderá acessar tais depoimentos, os respectivos termos e eventuais diligências de Polícia Judiciária subsequentes a tais declarações testemunhais.
Ex-aliado
Na última semana, Paulo Marinho já havia prestado depoimento sobre o suposto vazamento da operação Furna da Onça. Segundo o empresário, o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, soube antecipadamente que seu ex-assessor, Flávio Queiroz, seria alvo de operação da Polícia Federal.
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A operação levou à prisão de diversos parlamentares do Rio de Janeiro, em novembro de 2018. A defesa de Flávio nega a acusação. O chefe de gabinete do senador, Miguel Angelo Grillo, será ouvido na quarta-feira, 27, na PF em Brasília.
O inquérito no STF
O inquérito no qual será incluído o depoimento de Paulo Marinho foi aberto pelo ministro Celso de Mello em 27 de abril, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).
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Três dias antes da abertura, no dia 24 de abril, o então ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou a demissão do cargo afirmando que Bolsonaro tentou interferir na PF. Conforme o ex-juiz, o presidente forçou a saída do então diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, e cobrou a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
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