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Maia Júnior projeta redução drástica no PIB do Ceará com coronavírus: "Ano está perdido"

Apesar da previsão negativa, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado apoia as medidas de isolamento defendidas pelo governador Camilo Santana como modo de atenuar danos na saúde pública

Membro da equipe econômica do governador do Ceará Camilo Santana (PT), o secretário de Desenvolvimento Econômico,  Maia Júnior, se soma aos que fazem projeções negativas no campo da economia para este ano. Ele destaca que o Ceará acompanhará a realidade nacional de "redução drástica no PIB."

"Se a gente conseguir mitigar a crise em 60 dias, se aparecer um iluminado cientista que consiga a vacina, os efeitos serão menores. Do ponto de vista econômico, pra mim, é trabalhar, porque o ano está perdido", admite.

No início do ano, em meados de janeiro, o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) havia projetado crescimento da economia cearense acima da nacional. A previsão era de 2,38% ante os 2,25% do País.

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Apesar da constatação negativa, o secretário lembra que a crise é, em primeiro plano, de saúde pública, e assim deve ser enfrentada. É neste sentido que se posiciona ao lado do governador do Estado. Camilo tem optado pela cautela na condução do enfrentamento ao vírus, optando pelo isolamento do maior número possível de pessoas — e não somente as pertencentes aos grupos de risco, como reiteradamente defende o presidente da República, Jair Bolsonaro.

"Governador está agindo com prudência, está ouvindo intelectuais da saúde pública do Ceará, para que ele tome as decisões. As medidas de quarentena têm se mostrado eficientes no mundo inteiro", reitera Júnior. Até a noite desta quarta-feira, 1º, são 444 casos confirmados de Covid-19 e oito mortes, segundo dados do Ministério da Saúde.

Assim, Camilo resiste a pressões de setores produtivos do Estado, que, na contramão dele, reivindicam a normalização das atividades. Na última sexta-feira, no Palácio da Abolição, ele recebeu lideranças do empresariado local, como os presidentes da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), da Federação do Comércio, da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e Associação de Materiais de Construção. Pelo lado da administração pública, além do governador, estiveram presentes à reunião o secretário de Saúde do Ceará, dr. Cabeto, e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudi  o (PDT).

No último dia 23, 11 entidades do setor produtivo cearense enviaram carta ao chefe do Executivo estadual logo após o decreto do estado de emergência — que confere ao Estado permissão de realizar compras de caráter urgente sem necessidade de licitação. Parcelamento do pagamento de impostos, com 20% de entrada e os outros 80% em 12 parcelas foi um dos pedidos. "O que era possível absorver foi absolvido", defende.

No último dia 30, Camilo suspendeu pagamento de taxa do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal, uma das demandas dos setores, prorrogou a validade de certidões negativas, além de ter cessado a cobrança de imposto das micro e pequenas empresas no Simples nacional. O governador também prorrogou regimes especiais de tributação.

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