Propinas da Odebrecht teriam favorecido políticos da Angola e sobrinho de Lula, diz revista
Supostos documentos de investigação de "autoridades da Suíça" estariam apontando para extensão de esquema de corrupção da empreiteira no país africanoDocumentos de uma investigação conduzida por “autoridades da Suíça” teriam exposto a extensão do esquema de corrupção da Odebrecht. De acordo com a revista Veja, que diz ter tido acesso aos papéis, propinas pagas pela empreiteira brasileira teriam chegado à Angola, onde favoreceu “poderosos” daquele país. A publicação desta sexta-feira, 9, aponta ainda para favorecimento de sobrinho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Por palestra realizada durante seminário sobre combate à fome, em 2014, Lula teria recebido quase R$ 500 mil pagos pela empreiteira, segundo diz a revista. “Lula foi recebido em Angola como ‘convidado especial’ do então presidente José Eduardo dos Santos, com direito a honras de chefe de Estado, tratamento vip e um jato à disposição”.
Os documentos que a Veja diz ter acesso seriam de uma investigação realizada por “autoridades da Suíça”, sem dizer quais. Neles, “as tramoias da empreiteira foram reveladas pelo ex-diretor da empresa na África, Ernesto Baiardi”. O executivo, teria detalhado que “a companhia pagava subornos para garantir bons negócios no país”.
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AssineEntre os supostos beneficiários estariam o partido do governo, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA); o ex-ministro de Finanças da Angola, José Pedro de Morais; o atual ministro de Petróleo; o ex-chefe do banco nacional de Angola; e o ex-vice-ministro do Comércio.
Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula, também é apontado pela revista como suposto beneficiário dos pagamentos de propinas, que seriam referentes à obra da hidrelétrica de Cambembe – cidade localizada na província de Uíge, na região norte do país africano. “Ex-vidraceiro, o jovem se tornou um empresário bem-sucedido ao assinar contratos milionários com a Odebrecht sem precisar bater um prego”, traz a revista, comunicando que Taiguara contou com “uma mãozinha” de Lula.
“O ex-presidente e seu sobrinho são réus no processo que apura fraudes em contratos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), banco público que emprestou dinheiro para financiar os projetos de infraestrutura da Odebrecht em Angola. Em última instância, era de lá que saía a propina para Lula, José Eduardo, Taiguara e outros”, prossegue a Veja.
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