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"Eu não reconheço facção", diz secretário da Administração Penitenciária

Luís Mauro Albuquerque chamou atenção ao tomar posse vestindo o fardamento policial. "Meu terno é o uniforme. Você sempre vai me ver assim"
13:16 | Jan. 02, 2019
Autor Henrique Araújo
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Henrique Araújo Repórter Política
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Tipo Notícia
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Recém-empossado na Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) no segundo mandato do governo Camilo Santana (PT), o policial civil Luís Mauro Albuquerque afirmou que não reconhece facção criminosa no Ceará. 
 
O novo secretário também disse que a divisão de presos por unidades não deve obedecer à lógica que o Governo do Estado tem adotado até aqui, que é a de distribuir os internos segundo seus vínculos com organizações criminosas.
 
"Eu não reconheço facção. O Estado não deve reconhecer facção. A lei não reconhece facção”, respondeu Mauro durante cerimônia de posse dos secretários de Estado ontem, no Palácio da Abolição. “O preso está sob a tuleta do Estado. Quem manda é o Estado", acrescentou.  
 
[SAIBAMAIS]De acordo com ele, a meta da SAP será "implementar procedimentos dentro do sistema penitenciário que realmente vislumbrem a diminuição ou zerar a presença de celulares" dentro das prisões. "Se tiver celular lá dentro, a gente vai buscar, mas nossa prioridade é evitar que os celulares entrem", prometeu.  

"Meu terno é o uniforme"

Ex-titular da Secretaria da Justiça do Rio Grande do Norte, Mauro tomou posse vestindo o fardamento de policial. O fato causou leve espanto entre os presentes ao evento no Abolição, a maioria trajando terno e gravata, no caso dos homens. 

O novo secretário estava acompanhado por grupo de agentes que fazem segurança no sistema penitenciário, também uniformizados. "A questão do uniforme é que a gente tem que estar pronto para agir", explicou o auxiliar de Camilo, que havia feito visitas a unidades na manhã de ontem. "Lá no Rio Grande do Norte eu tomei posse como secretário também uniformizado. Meu terno é o uniforme. Você sempre vai me ver assim."
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No Ceará, Mauro vai administrar um complexo penitenciário com aproximadamente 27 mil presos, muitos dos quais ligados a facções criminosas. Desde pelo menos 2016, o governo resolveu isolá-los conforme as filiações a grupos criminosos, de modo a reduzir o risco de conflito nas unidades. 

Questionado se concorda com proposta de Camilo sobre transferência de líderes de facções para presídios federais, defendida pelo governador em reunião recente com o ministro da Justiça Sergio Moro, o secretário afirmou que o seu objetivo é garantir a eficiência do sistema carcerário no Ceará para que essa medida não seja necessária. “Vamos ter controle total do sistema”, avaliou.

Antes a cargo da Secretaria da Justiça e Cidadania, a administração de unidades prisionais ganhou autonomia com a reforma do secretariado de Camilo, cujo primeiro escalão passou de 27 para 21 pastas. Além da SAP, o governador também transformou a Controladoria-Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança em uma secretaria, reforçando a área.

À frente da Justiça no primeiro mandato, Socorro França agora comanda a Secretaria da Proteção Social, Justiça, Mulheres e Direitos Humanos. 

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