PUBLICIDADE
Notícias

Europa respira aliviada após derrota da extrema direita na Áustria

18:52 | 04/12/2016
Norbert Hofer, do nacionalista FPÖ, foi derrotado pelo ambientalista Alexander Van der BellenLíderes europeus afirmam que, após Norbert Hofer perder eleição presidencial austríaca, "um peso foi tirado do continente", classificando o resultado do pleito de golpe contra o nacionalismo e o populismo antieuropeu.O populismo de direita sofreu uma clara e inesperada derrota na eleição presidencial austríaca deste domingo (04/12). O ambientalista Alexander van der Bellen venceu a repetição do segundo turno com 53,3% dos votos, contra 46,7% do rival do Partido da Liberdade (FPÖ), anti-imigração e eurocético, Norbert Hofer, segundo prognósticos. A contagem dos 700 mil votos por cartas, a ser realizada nesta segunda-feira, não pode mais mudar o resultado. Van der Bellen, de 72 anos, foi líder do Partido Verde, mas disputou o pleito como candidato independente. Ao contrário de Hofer, o ambientalista é um grande defensor da União Europeia (UE), e sua vitória rendeu manifestações de alívio pelo continente. Após a recente eleição do populista de direita Donald Trump à presidência dos EUA, o pleito austríaco era aguardado com ainda mais apreensão. Leia mais: Van der Bellen e o desafio de dar unidade à Áustria Na vizinha Alemanha, o vice-chanceler federal Sigmar Gabriel classificou o resultado nas urnas de "vitória da razão". "Um peso foi tirado de toda a Europa", disse. O ministro do Exterior alemão, Frank-Walter Steinmeier, ressaltou a derrota de Hofer como "um bom sinal contra o populismo na Europa". O presidente francês, François Hollande, afirmou que "o povo austríaco optou pela Europa e pela abertura". "O populismo não é o destino da Europa", completou o primeiro-ministro Manuel Valls. "Num momento em que enfrentamos muitos desafios difíceis, a contribuição construtiva da Áustria à busca de soluções europeias comuns e à manutenção de nossa unidade europeia continuará sendo essencial", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em comunicado. Para Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, o êxito de Van der Bellen nas urnas representa "uma forte derrota para o nacionalismo e para o populismo antieuropeu e retrógrado". O candidato venceu com uma clara mensagem pró-europeia, disse Schulz. Áustria pró-Europa O próprio Van der Bellen definiu sua eleição para presidente como um voto a favor do curso pró-europeu de seu país. "Desde o início briguei e argumentei por uma Áustria pró-Europa", afirmou após a divulgação dos prognósticos. Segundo ele, tal curso inclui valores como liberdade, igualdade e solidariedade. Hofer, por sua vez, colocou o resultado do referendo no Reino Unido de junho deste ano – no qual o país decidiu pelo Brexit (saída da União Europeia) – no centro de sua campanha, afirmando que a extrema direita conduziria a Áustria pelo mesmo caminho. O candidato do FPÖ, que buscava se tornar o primeiro chefe de Estado de extrema direita eleito livremente na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, reconheceu a derrota neste domingo. A líder do partido de extrema direita francês Frente Nacional , Marine Le Pen, parabenizou Hofer e sua legenda pela campanha à presidência: "Parabéns ao FPÖ, que lutou valentemente. A próxima eleição legislativa mostrará a vitória dele." O pleito deste domingo foi a terceira votação para a escolha do chefe de Estado austríaco. No dia 22 de maio, Van der Bellen havia ganhado o segundo turno com vantagem apertada, de cerca de 30 mil votos. No entanto, a votação foi anulada após queixas da FPÖ, devido a irregularidades. LPF/dpa/afp/rtr
TAGS