Tribunal tem seis meses para decidir sobre impeachment da presidente da Coreia
Park, de 64 anos, sofreu o impeachment por 234 votos a 56 na Assembleia Nacional, que tem 300 membros. O resultado foi mais que os dois terços necessários para afastá-la. Vários legisladores do próprio partido da presidente votaram contra ela. A política é acusada em um caso de influência indevida em seu governo que envolve uma amiga. Promotores acusam Park de compartilhar documentos confidenciais com a amiga de longa data, além de ajudar que ela conseguisse pressionar empresas como a Samsung e a Hyundai para obter vultosas doações.
O caso levou milhões de sul-coreanos às ruas nos últimos seis meses para protestar contra a líder. O presidente interino do país será agora Hwang Kyo-ahn, um burocrata discreto que foi ministro da Justiça e ocupava agora o posto de primeiro-ministro, em grande medida cerimonial no país. Hwang chegou a ser demitido por Park no mês passado, enquanto o escândalo se aprofundava, mas uma disputa com líderes da oposição sobre o nome para substituí-lo resultou em impasse, o que levou à volta dele ao posto.
Hwang pediu que os militares sul-coreanos fiquem em alerta, diante de elevados riscos de uma provocação da Coreia do Norte. Nas ruas de Seul, o voto do Legislativo pelo impeachment foi comemorado. Mais de 10 mil pessoas estavam diante da Assembleia Nacional e celebraram o afastamento da presidente.
O ministro das Finanças sul-coreano, Yoo Il-ho, convocou uma reunião de emergência com outros ministros para discutir o impacto do impeachment para a economia. A maioria dos analistas avalia que esse impacto deve ser limitado. Fonte: Dow Jones Newswires.