Tiroteios e bombardeios matam 59 palestinos em Gaza em um único dia

Tiroteios e bombardeios matam 59 palestinos em Gaza em um único dia

Vítimas buscavam comida e foram atingidas em ataques aéreos. Conflito já está no 21º mês, com aumento da fome e impasse nas negociações por cessar-fogo

Pelo menos 59 palestinos morreram neste sábado, 12, na Faixa de Gaza em dois episódios distintos: 31 foram baleados ao tentar chegar a um ponto de distribuição de alimentos em Rafah, no sul, e outros 28 morreram em decorrência de ataques aéreos israelenses.

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As vítimas baleadas estavam a caminho de uma base da Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por Israel. A Cruz Vermelha informou que seu hospital de campanha recebeu mais de 100 feridos, a maioria com ferimentos à bala.

Além do massacre em Rafah, bombardeios israelenses atingiram áreas residenciais em Deir al-Balah e Khan Younis, matando pelo menos 28 pessoas, incluindo quatro crianças. O Hospital dos Mártires de Al-Aqsa confirmou 13 mortes em Deir al-Balah, enquanto o Hospital Nasser registrou outras 15 em Khan Younis. Os ataques ocorreram sem aviso prévio, de acordo com autoridades hospitalares palestinas.

Israel nega confronto, mas admite ter disparado tiros de advertência

O Exército israelense alegou ter disparado tiros de advertência contra pessoas que se aproximavam de uma área militar de forma "suspeita", mas afirmou não ter conhecimento de nenhuma vítima. O GHF, por sua vez, negou qualquer incidente perto de seus pontos de entrega.

No entanto, dois funcionários da fundação relataram à imprensa internacional, sob anonimato, que houve uso de munição real e bombas de efeito moral por colegas de segurança privada, versão também refutada oficialmente pela organização.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha confirmou que seu hospital de campanha em Gaza recebeu o maior número de mortos em um único dia desde o início da guerra e destacou a "frequência e escala alarmantes" de incidentes de civis sendo baleados enquanto procuravam comida.

Cessar-fogo distante

Enquanto isso, as negociações para um cessar-fogo permanecem estagnadas, mesmo após dois dias de reuniões entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Trump havia prometido progresso no acordo com o Hamas, mas até o momento não há sinal de trégua.

Mais de 2 milhões de habitantes de Gaza dependem atualmente de ajuda humanitária para sobreviver. Especialistas em segurança alimentar alertam que a fome já ameaça a população em diversas regiões, especialmente depois que Israel bloqueou o acesso à ajuda humanitária por semanas. Mesmo com a liberação de 150.000 litros de combustível nesta semana, a primeira em 130 dias, a ONU considerou a quantidade "insuficiente para garantir a sobrevivência" da população.

Organizações internacionais, como a ONU e a Cruz Vermelha, enfrentam dificuldades crescentes para operar em Gaza, devido às restrições militares israelenses, à insegurança nas ruas e aos saques causados pelo colapso da ordem pública.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 57.800 palestinos foram mortos desde o início do conflito, em outubro de 2023, sendo mais da metade mulheres e crianças. Os números são reconhecidos como as estimativas mais confiáveis pela ONU, apesar de o ministério ser controlado pelo Hamas e não diferenciar entre civis e combatentes nas estatísticas.

Do lado israelense, o conflito começou com o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou quase 1.200 mortos e 251 pessoas sequestradas. Cerca de 50 reféns ainda estão em poder do grupo, segundo o governo israelense, e pelo menos 20 estariam vivos.

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