Governo condena ataque dos EUA ao Irã e vê risco de 'danos irreversíveis'

Governo condena ataque dos EUA ao Irã e vê risco de 'danos irreversíveis'

Para Itamaraty, necessidade de solução diplomática para interromper violência é urgente; Lula ainda não se pronunciou pessoalmente sobre o assunto

O governo brasileiro condenou, neste domingo, 22, o ataque dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã e advertiu para possíveis "danos irreversíveis" com a escalada militar no Oriente Médio se não houver "solução diplomática", segundo nota ministério das Relações Exteriores.

Em nota à Imprensa, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou "com veemência (...) ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional", indicou o comunicado do Itamaraty.

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Dentro de duas semanas, o Brasil vai sediar a cúpula do Brics, onde vão se reunir potências militares como a China e a Rússia, que já se posicionaram contrários aos bombardeios contra o Irã, ordenados pelo presidente americano, Donald Trump.

O governo brasileiro assinalou "a urgente necessidade de solução diplomática" para evitar "danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear".

O presidente Lula, habitualmente crítico das políticas de Trump, ainda não se manifestou pessoalmente sobre o ataque americano contra as instalações nucleares iranianas.

Leia a nota na íntegra:

O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional. Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala.

O Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio.

O Brasil também repudia ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas, os quais têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestrutura civis, incluindo instalações hospitalares, as quais são especialmente protegidas pelo direito internacional humanitário.

Ao reiterar sua exortação ao exercício de máxima contenção por todas as partes envolvidas no conflito, o Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz. As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear.

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