'Teerã vai queimar', diz Israel, caso o Irã continue a responder os ataques

'Teerã vai queimar', diz Israel, caso o Irã continue a responder os ataques

Em meio a ameaças mútuas, o Irã também ameaçou França, Reino Unido e Estados Unidos, por interceptarem ataques contra Israel

Em meio à maior escalada militar direta entre Irã e Israel em décadas, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou neste sábado, 14, que “Teerã vai queimar” se os ataques contra o território israelense continuarem. A declaração veio após o Irã disparar mísseis balísticos e drones contra alvos israelenses, desencadeando uma nova rodada de tensão no Oriente Médio.

O governo iraniano respondeu não só com ameaças a Israel, mas também aos Estados Unidos, Reino Unido e França. Em comunicado oficial, Teerã declarou que esses países serão responsabilizados caso forneçam apoio direto ou indireto às ações militares israelenses. Bases e embarcações ocidentais na região foram citadas como possíveis alvos.

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A advertência ocorre após uma série de ataques aéreos israelenses contra infraestruturas militares e estratégicas no território iraniano, realizados no início de junho. Segundo o governo de Israel, a ofensiva visou neutralizar ameaças iminentes, embora não tenha confirmado oficialmente os locais atingidos.

O Irã afirma que os bombardeios deixaram dezenas de mortos, entre eles civis, e danificaram instalações localizadas nas províncias de Isfahan e Lorestan. Já Israel diz que a operação foi cirúrgica e mirou apenas alvos militares, negando responsabilidade por danos colaterais de grande escala.

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O clima diplomático deteriorou-se rapidamente. O Irã suspendeu qualquer canal de diálogo com os Estados Unidos sobre o programa nuclear, alegando que o momento é “injustificável” para negociações. A medida sinaliza o fim das poucas pontes que ainda existiam com a administração americana.

Washington, por sua vez, reagiu com cautela, afirmando que segue comprometido com a defesa de Israel, mas sem querer alimentar confronto direto com o Irã. O Departamento de Estado americano pediu “moderação mútua” e convocou aliados para reuniões emergenciais na Otan.

Na prática, o envolvimento direto das potências ocidentais ainda é limitado, mas a possibilidade de um conflito regional mais amplo preocupa chancelerias europeias. O Reino Unido e a França reforçaram sua presença naval no Golfo Pérsico, e aviões de reconhecimento sobrevoam áreas sensíveis no Iraque e Síria.

O Irã afirma que suas ações são reativas e dentro do direito de autodefesa. O país acusa Israel de buscar desestabilizar a região e provocar um conflito para forçar apoio internacional. A mídia estatal iraniana descreveu os ataques israelenses como “ato de guerra” e ameaçou retaliar “com força total”.

Especialistas em segurança alertam que a linguagem usada por ambos os lados atingiu um novo patamar de gravidade. O uso da expressão “Teerã vai queimar” por parte de Israel, mesmo sendo retórica, representa uma ameaça sem precedentes contra a capital iraniana e pode ter impacto direto sobre decisões militares em Teerã.

A retaliação iraniana incluiu mísseis que atingiram áreas ao norte de Israel e o lançamento de drones em direção ao sul do país. O sistema de defesa aérea Domo de Ferro interceptou parte dos projéteis, mas houve relatos de feridos em Ashkelon e na região da Galileia.

Em resposta, Israel colocou suas Forças de Defesa em estado de alerta máximo e mobilizou reservas. O gabinete de guerra de Benjamin Netanyahu se reuniu para discutir os próximos passos, com parte da cúpula de segurança defendendo novas ações contra alvos estratégicos no Irã e na Síria.

A imprensa israelense relata que instalações ligadas ao programa balístico iraniano estão sendo monitoradas por satélites de defesa. Fontes não oficiais sugerem que Israel pode estar considerando ataques preventivos mais profundos caso o Irã amplie sua ofensiva.

A escalada tem efeito imediato sobre os mercados globais. O preço do barril de petróleo tipo Brent subiu após ameaças iranianas de fechar o Estreito de Ormuz, canal por onde passa quase 20% da produção mundial. Economistas alertam para uma nova onda inflacionária caso a crise se prolongue.

Com o aumento das hostilidades e o colapso do diálogo nuclear, a possibilidade de um confronto regional em larga escala ganha força. A ausência de canais diplomáticos e o envolvimento de atores externos elevam o risco de uma guerra com consequências imprevisíveis para a estabilidade do Oriente Médio e para o sistema internacional.

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