Preço do petróleo dispara após fala de Biden sobre possível retaliação israelense
Barril subiu 5% após presidente americano afirmar que tem conversado com Israel sobre a possibilidade de um ataque retaliatório a refinarias de petróleo do Irã
O preço do petróleo disparou cerca de 5% nesta semana, com a cotação do barril se aproximando dos US$ 80, depois do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmar na última quinta-feira, 3, que tem conversado com Israel sobre a possibilidade de um ataque a refinarias do Irã. No dia seguinte, na sexta-feira, 4, Biden voltou a falar sobre o assunto, agora com recuo: Pediu que Israel "pense em alternativas" para que o revide impacte instalações petrolíferas no país.
Em meio ao barulho das hélices do helicóptero, um jornalista perguntou na última quinta-feira: "O senhor apoiará o ataque de Israel às instalações petrolíferas do Irã?", ao que ele respondeu: "Estamos discutindo isso”. Após a fala de Biden, o preço do barril de petróleo, que já estava em alta, subiu ainda mais.
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O Irã é o sétimo maior produtor de petróleo no mundo, com uma produção de cerca 3,9 milhões de barris por dia - ou 5% da demanda mundial. Em resposta a perguntas de outro profissional de imprensa, Biden afirmou que Israel não está tomando nenhuma medida de retaliação hoje e deixou claro que não cabe aos EUA decidir por Israel o que deve ser feito, e que o governo americano está apenas dando conselhos ao seu aliado no Oriente Médio.
"Nós não 'permitimos' Israel. Nós aconselhamos Israel. E nada vai acontecer hoje", disse o presidente americano. O presidente americano declarou ainda que não apoiaria um ataque de Israel às instalações nucleares do Irã em represália ao ataque que esse país realizou na terça-feira com quase 200 mísseis contra o território israelense.
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Os ataques do Irã contra Israel foram os primeiros desde abril, quando o primeiro atacou duas bases aéreas israelenses no deserto de Negev com mísseis e drones e atingiu pontos nas Colinas de Golã, embora Israel, Estados Unidos e países árabes sobre os quais eles voaram tenham conseguido interceptar a maioria dos projéteis.
Após o ataque, primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que o Irã "cometeu um grave erro e vai pagar por isso". A ofensiva de terça-feira ocorreu em meio ao aumento das tensões na região depois que Israel anunciou, na segunda-feira, que estava enviando tropas para o sul do Líbano para desmantelar a infraestrutura do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Irã, após mais de uma semana de bombardeios israelenses no sul e no leste do Líbano.
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Preços em disparada por quatro dias seguidos com escalada do conflito
Os preços do petróleo fecharam em alta pelo quarto dia consecutivo nesta sexta-feira, com os operadores se protegendo diante das incertezas sobre uma possível resposta de Israel aos ataques desta semana do Irã.
O barril do Brent para entrega em dezembro subiu 0,55%, aos US$ 78,05, e o do WTI para novembro teve alta de 0,91%, aos US$ 74,38. Em quatro dias, o WTI subiu mais de 9%, impulsionado pelo ataque com mísseis iranianos a Israel na terça-feira e pela escalada no Oriente Médio.

Impacto nos preços ao redor do mundo, inclusive no Brasil
O conflito também pode atingir diretamente o mercado do insumo no Brasil. É o que projetou Bruno Iughetti, consultor de petróleo e combustíveis, em entrevista ao programa Guia Econômico, da rádio O POVO CBN.
Nesta terça, ospreços do petróleo no mercado internacional chegaram a avançar mais de 5% nas máximas do dia, mas recuaram depois que o ataque cessou e as perdas foram mensuradas. Ao fim do dia, a alta do pregão foi estimada emmais de 2%.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para novembro fechou em alta de 2,44% (US$ 1,66), a US$ 69,83 o barril, enquanto o Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 2,59% (US$ 1,86), a US$ 73,56 o barril.
O desdobramento do conflito nos próximos dias é outro fatora elevar a pressão pela alta no preço dos combustíveis no mercado doméstico.“Se eleintensificaro envolvimento nessa guerra, e consequentemente haverá, por retaliações, provocará uma alta de preços, que vai se refletir aqui no Brasil. Espera-se que essa situação não se realize, porque os impactos serão muito críticos, até em termos da própria Petrobras”, continua Iughetti.
Netanyahu declara que "Irã cometeu um grande erro e vai pagar" por ataques a Israel
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