Sinal de rádio vindo do espaço gera curiosidade entre astrônomos

Pesquisadores descobriram um sinal que parece ser diferente dos outros. Além de ter uma duração de quase uma hora, o sinal emitia flashes longos e brilhantes

Às vezes, ao apontar radiotelescópios para o céu, astrônomos detectam sinais de rádio vindos do espaço. As detecções são chamadas de “sinais transientes de rádio”. Os sinais costumam ocorrer apenas uma vez e depois nunca mais são vistos. Alguns ‘piscam’ em padrões previsíveis.

Pesquisadores, no entanto, descobriram um sinal que parece ser diferente dos outros. Além de ter o ciclo de duração mais longo já visto, de quase uma hora, o sinal emitia flashes longos e brilhantes, às vezes pulsos rápidos e fracos e, outras vezes, não emitia nada. As informações foram publicadas no portal The Conversation nessa quinta-feira, 6.

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“A maioria dos sinais transientes de rádio vem de estrelas de nêutrons em rotação conhecidas como pulsares, que emitem flashes regulares de ondas de rádio, como farois cósmicos”, escreve o astrônomo Emil Lenc. Ele foi co-autor de uma pesquisa sobre o tema publicada na Nature Astronomy.

“Normalmente, essas estrelas de nêutrons giram em velocidades incríveis, levando apenas alguns segundos ou até mesmo uma fração de segundo para completar cada rotação”, continua.

O novo sinal, no entanto, é um mistério. Os pesquisadores envolvidos no estudo não conseguem afirmar do que se trata. “O mais provável é que seja uma estrela de nêutrons muito incomum, mas não podemos descartar outras possibilidades”.

Apelidado de ASKAP J1935+2148, pertence a uma nova classe de transientes de rádio de longo período. Só outros dois já foram detectados. Com 53,8 minutos, o ASKAP J1935+2148 é de longe o mais longo.

O sinal foi visto em três estados distintos

No primeiro, foi possível observar pulsos brilhantes e polarizados linearmente com duração de 10 a 50 segundos. No segundo, há pulsos muito mais fracos, polarizados circularmente, com duração de apenas 370 milissegundos. O terceiro, é um estado silencioso ou extinto, sem nenhum pulso.

Padrões semelhantes já foram observados em estrelas de nêutrons. A dúvida, no entanto, é em relação à duração do sinal. “Nossa compreensão atual das estrelas de nêutrons sugere que elas não deveriam ser capazes de ter um período tão longo”.

O transiente de rádio foi descoberto com o uso do telescópio ASKAP da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), na Austrália.

O radiotelescópio tem um campo de visão muito amplo e, por conta disso, ele pode pesquisar grandes extensões do Universo muito rapidamente. Isso o torna adequado para detectar fenômenos novos e exóticos.

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