Que países reconhecem o Estado palestino? Conheça história

A eclosão da guerra entre Israel e o movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza, em 7 de outubro, retomou os apelos ao reconhecimento de um Estado palestino

Três quartos dos países do mundo reconhecem o Estado palestino, proclamado por líderes no exílio há mais de 35 anos, uma política à qual Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram nesta quarta-feira que vão aderir.

A eclosão da guerra entre Israel e o movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza, após o ataque do grupo islamista em território israelense em 7 de outubro, retomou os apelos ao reconhecimento de um Estado palestino.

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Segundo a Autoridade Palestina, que tem poder limitado em partes da Cisjordânia ocupada, 142 dos 193 países-membros da ONU já o reconhecem.

Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram nesta quarta-feira que vão reconhecê-lo a partir de 28 de maio, rompendo com a política apoiada pelos Estados Unidos, Canadá, a maioria dos países da Europa Ocidental, Austrália, Japão e Coreia do Sul.

Os Estados Unidos, aliados de Israel, usaram seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU em meados de abril para bloquear uma resolução que permitiria aos palestinos aderirem às Nações Unidas como um Estado de pleno direito.

Arafat proclama o Estado palestino em 1988

Em 15 de novembro de 1988, durante a Primeira Intifada (levante da população contra a ocupação israelense), o líder palestino Yasser Arafat proclamou unilateralmente um Estado palestino independente com Jerusalém como capital.

Arafat fez o anúncio em Argel durante uma reunião do Conselho Nacional Palestino no exílio, que adotou como objetivo a solução de dois Estados, um israelense e um palestino.

Poucos minutos depois, a Argélia reconheceu oficialmente o Estado palestino.

Em poucas semanas, dezenas de países, incluindo a maioria dos estados árabes, a China, a Índia e a Turquia, adotaram esta política. Foram seguidos por quase todos os países africanos e nações do bloco soviético.

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A partir de dezembro de 2010, primeiro o Brasil e depois a Argentina, a Bolívia, o Equador, o Chile, o Peru e o Uruguai reconheceram o Estado Palestino.

Na região latino-americana, Venezuela, Cuba, Nicarágua e Costa Rica já o tinham feito e Colômbia, Honduras e El Salvador também aderiram, distanciando-se dos Estados Unidos, principal aliado de Israel.

2012, um pé na ONU

Sob a liderança de Mahmoud Abbas, a Autoridade Palestina lançou uma ofensiva diplomática nas organizações multilaterais.

A Unesco foi a primeira organização multilateral da ONU a abrir as portas aos palestinos em 2011, o que gerou a indignação de Israel e dos Estados Unidos, que abandonaram a organização, embora Washington tenha retornado em 2023.

Em uma votação histórica em novembro de 2012, a Assembleia Geral da ONU votou a favor de conceder aos palestinos o status de Estado observador nas Nações Unidas.

Isto abriu caminho para a adesão ao Tribunal Penal Internacional (TPI) em 2015 e permitiu a abertura de investigações sobre as operações militares israelenses nos Territórios Palestinos. Estados Unidos e Israel criticaram esta decisão.

2014, a decisão pioneira da Suécia

Em 2014, a Suécia, onde vive uma grande comunidade palestina, tornou-se o primeiro membro da União Europeia a reconhecer o Estado palestino.

Seis outros países europeus já tinham adotado esta política antes de integrarem a UE: Bulgária, Chipre, Hungria, Polônia, República Tcheca e Romênia. 

2024, um novo impulso na Europa

Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram nesta quarta-feira que vão seguir os passos da Suécia, uma decisão que rompe com a concepção de que o reconhecimento do Estado Palestino anda de mãos dadas com um processo de paz com Israel.

Eslovênia e Malta declararam em março que estão "dispostos" a reconhecer o Estado palestino, "quando surgirem as circunstâncias adequadas".

Em 9 de maio, o governo esloveno adotou um decreto para o reconhecimento deste Estado e o Parlamento deverá pronunciar-se em 13 de junho.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou em fevereiro que o reconhecimento de um Estado palestino "já não é um tabu".

O ministro das Relações Exteriores francês, Stéphane Séjourné, reiterou nesta quarta-feira que considera que esta decisão deve ocorrer "no momento oportuno".

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