Vladimir Zelenko, médico defensor do "kit Covid", morre aos 48 anos
O ucraniano incentivava três medicamentos ineficazes para o tratamento de pacientes infectados pelo Covid-19
O médico ucraniano Vladimir Zelenko, que incentivava o uso do "kit Covid" — uma combinação entre os remédios hidroxicloroquina, azitromicina e zinco — morreu nessa quinta-feira, 30 de junho, aos 48 anos, em Dallas, nos Estados Unidos. Conforme informou a esposa do médico ao jornal The New York Times, ele veio a óbito durante internação para o tratamento de câncer no pulmão.
Entre seus admiradores e apoiadores, estavam o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que em inúmeras ocasiões defenderam o uso desses medicamentos sem eficácia comprovada para combater a doença.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Vladimir Zelenko: defensor do "kit Covid"
Zelenko tornou-se conhecido após publicar um vídeo em seu canal no YouTube em que contava estar realizando um experimento com o coquetel de três medicamentos em seus pacientes infectados pelo Covid-19, na comunidade de Kiryas Joel, comunidade com cerca de 35 mil habitantes.
Segundo o médico, o tratamento reduzia o risco de internação, sendo indicado apenas para pessoas com mais de 60 anos ou com doenças crônicas, pertencentes aos grupos de riscos, devido aos efeitos colaterais das drogas.
Mesmo sem apresentar qualquer comprovação científica, o tratamento atraiu a atenção de Trump, que chegou a definir o experimento como "muito eficaz", podendo ser considerado "o maior divisor de águas na história da medicina". A tese se propagou entre seus apoiadores e em outros países, entre eles o Brasil.
Após a repercussão, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou diretrizes que proibiam o uso da hidroxicloroquina como tratamento precoce do Covid-19, já que o antimalárico não possui qualquer eficácia no combate ao vírus e, pelo contrário, provoca efeitos colaterais graves ao paciente.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente