Logo O POVO+

Jornalismo, cultura e histórias em um só multistreaming.

Participamos do

Otero Alcántara, o 'artivista' cubano defendido pelos EUA

10:30 | Fev. 23, 2022
Autor AFP
Tipo Notícia

Uma das personalidades de 2021 para a revista americana Time, um mercenário dos Estados Unidos para o governo cubano: o artista dissidente Luis Manuel Otero Alcántara, de 34 anos, está há sete meses preso, e Washington reivindica, insistentemente, sua libertação.

Sua namorada Claudia Genlui, uma curadora de arte de 31 anos, lembra que ele foi preso em 11 de julho de 2021, quando milhares de cubanos saíram às ruas, gritando "temos fome" e "liberdade".

"Saiu de casa para apoiar o resto dos cubanos, os protestos que estavam acontecendo", conta Genlui à AFP, de Miami, onde se encontra desde outubro.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Otero Alcántara não teve tempo, porém, de se juntar a eles. Já na mira das autoridades, foi detido no caminho. Desde então, está preso no presídio de segurança máxima de Guanajay, 40 quilômetros a oeste de Havana.

É acusado de vários crimes, como incitação ao crime, desacato agravado e perturbação da ordem pública - todos cometidos antes de 11 de julho.

Há vários anos, Otero, que se define como um "artivista" (contração das palavras "artista" e "ativista"), faz performances provocativas para protestar contra um decreto que regulamenta o trabalho dos artistas. Em uma delas, tentou se cobrir com excrementos em frente ao Capitólio.

Foi incluído pela revista Time como uma das 100 personalidades mais influentes de 2021, recebendo elogios do artista chinês também dissidente Ai Weiwei: "a arte requer a coragem que ele demonstrou repetidamente".

A última vez que Genlui falou com Otero por telefone foi em 18 de janeiro passado. Desde então, ele se declarou em greve de fome.

Em meados de fevereiro, ela recebeu o telefonema de um familiar de um companheiro de prisão: "ele me disse que (Otero Alcántara) estava muito mal, que havia perdido muito peso e (que) praticamente não tinha forças para andar e praticamente não falava".

Para Washington, esse foi o sinal de alerta, levando o Departamento de Estado americano a multiplicar os pedidos por sua libertação.

"Sete meses depois de defender, pacificamente, os direitos humanos e as liberdades fundamentais, Luis Manuel Otero Alcántara aguarda um julgamento que parece nunca chegar", denunciou o secretário de Estado, Antony Blinken.

"Estamos profundamente preocupados que as autoridades cubanas tenham dado a Otero Alcántara uma lição injusta", disse o Departamento de Estado em uma resposta por escrito à AFP.

Para o governo cubano, Otero Alcántara não é um artista, mas um agente a serviço dos Estados Unidos para tentar desestabilizar o país.

Declarado prisioneiro de consciência pela ONG Anistia Internacional, o artista é, também, o rosto de uma nova geração na oposição. Esta pede que ele e outros dois dissidentes recebam o Prêmio Sakharov concedido pelo Parlamento Europeu para os defensores da liberdade de pensamento.

ka/rd/lp/gm/dga/tt

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar