Ganimedes: sonda captura som da maior lua do Sistema Solar; ouça
A sonda Juno capturou sons de Ganimedes, a maior e mais gelada lua do planeta e do Sistema Solar. As ondas sonoras gravadas pela sonda foram convertidas em uma frequência audível; ouça o áudio
Enviada para explorar Júpiter, a sonda Juno capturou sons de Ganimedes, a maior e mais gelada lua do planeta e do Sistema Solar. A novidade foi anunciada pelo físico Scott Bolton, principal pesquisador à frente da sonda, durante o encontro de inverno de 202 da União Geofísica da América. O áudio foi divulgado pelo Jet Propulsion Laboratory (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa na última sexta-feira, 17.
Um vídeo foi publicado no YouTube com o áudio da lua e tem quase 50 segundos de duração. A Juno realizou a captura do som no último dia 7 de junho, enquanto sobrevoava a lua, que chega a ser maior do que o planeta Mercúrio. O som passou por uma recompilação por meio de uma ferramenta específica da sonda, a qual é usada para medir ondas eletromagnéticas produzidas em torno de Júpiter.
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Som passou por conversão para se tornar audível
O áudio ouvido no vídeo pode não ser exatamente o que seria escutado no espaço, pois o som não se propaga no vácuo. Por isso as ondas sonoras gravadas pela sonda foram convertidas em uma frequência audível, resultando no material divulgado. “Se você ouvir com atenção, poderá escutar a mudança abrupta para frequências mais altas na metade da gravação, que representa a entrada num ponto diferente da magnetosfera de Ganimedes”, disse o físico responsável.
“Esta trilha sonora é maluca o suficiente para fazer você se sentir como se estivesse voando com a Juno enquanto ela passa por Ganimedes pela primeira vez em mais de duas décadas”, complementou. Juno chegou a 1.038 quilômetros de distância da superfície de Ganimedes em seu 34ª voo, a uma velocidade de 67 mil quilômetros por hora. Este foi o mais perto que uma nave humana já se aproximou da lua desde 2000, quando a sonda Galileu traçou uma rota aproximada.
Ganimedes é o lar de um oceano líquido, escondido nas profundezas de sua crosta gelada. Lá, seria possível existir vida, segundo pesquisadores. Um ponto de destaque sobre a lua de Júpiter é a existência de um campo magnético próprio, algo raro entre outros satélites naturais. Nesse contexto, a missão Juno, que começou em 2011 e pode durar até depois de 2025, objetiva coletar informações sobre a formação dos planetas gigantes e sua influência na origem do Sistema Solar.