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Polícia russa prende aliada de líder da oposição

Uma das principais aliadas do líder da oposição russa, Alexei Navalny, foi detida nesta sexta-feira, após bater na porta de um suposto agente de segurança que revelou inadvertidamente detalhes do suposto envenenamento de Navalny com um agente neurotóxico da era soviética.

Lyubov Sobol, uma figura chave na Fundação Anticorrupção de Navalny, foi detida por 48 horas após um dia de interrogatório sob a acusação de invasão violenta de propriedade. A medida ocorreu após a tentativa de Sobol, na segunda-feira, 21, de entrar no apartamento em Moscou do suposto agente, a quem Navalny havia enganado anteriormente ao descrever detalhes do suposto envenenamento.

Sobol negou as acusações e insistiu que não violou nenhuma lei, apenas apertando a campainha do apartamento. Enquanto ela estava sendo interrogada, o comitê de investigação estadual emitiu uma declaração acusando-a de invasão de propriedade - o que foi rejeitado por seus colegas.

No início da semana, Navalny divulgou a gravação de um telefonema que ele afirma ter sido feito para um homem identificado como Konstantin Kudryavtsev, descrito como suposto membro de um grupo de oficiais do Serviço de Segurança Federal (FSB, na sigla em inglês), que supostamente o envenenou com o agente neurotóxico Novichok, da era soviética, ainda em agosto. Segundo ele, o FSB tentou encobrir o caso na sequência.

Navalny, que está se recuperando clinicamente na Alemanha, disse que ligou para o homem horas antes do grupo investigativo Bellingcat divulgar um relatório alegando que membros do FSB especializados em armas químicas o seguiram durante anos e estavam nas proximidades quando ele foi envenenado.

Na ligação, Navalny se apresentou como um oficial de segurança e enganou seu interlocutor para ele compartilhar detalhes da suposta operação de envenenamento, com este reconhecendo que estava envolvido no "processamento" da cueca de Navalny para "não haver nenhum traço" de veneno.

Navalny se sentiu mal durante um voo na Rússia no dia 20 de agosto, sendo levado para Berlim (Alemanha) dois dias depois, em coma. Laboratórios alemães, franceses e suecos, assim como testes da Organização para Proibição das Armas Químicas, estabeleceram que ele foi exposto ao agente Novichok.

As autoridades russas negam veementemente qualquer envolvimento no envenenamento, e o FSB afirmou que a gravação divulgada por Navalny é falsa.

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