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Estudo revela como espécie de cobra usa ondulação para planar até 24 metros de distância

Chamada erroneamente de "cobra voadora", a espécie Chrysopelea Paradisi salta de árvore em árvore
12:47 | Jul. 03, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

A imagem de cobras ondulando no chão é comum para a maioria das pessoas, mas e quando elas ondulam pelo céu? A cena majestosa pode até dar a sensação de que o animal está voando, mas, na realidade, as cobras da espécie Chrysopelea Paradisi têm a habilidade de planar até 24 metros de distância. Para isso, elas saltam de árvore em árvore e, segundo estudo publicado na revista científica Nature Physics, ondulam para manter estabilidade. 

A descoberta maravilhou os pesquisadores, que não entendiam a função do movimento ondulado. Talvez, eles apostavam, as serpentes apenas ondulassem instintivamente - assim como fazem quando se locomovem na terra e na água. A pesquisa do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia (Virginia Tech) demonstrou que o movimento é essencial para os animais manterem estabilidade enquanto planam.

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Resultados

Segundo Isaac Yeaton, líder do estudo, esse uso da ondulação parece ser específico das “cobras voadoras”, já que outros animais ondulam para propulsão. Para analisar a função do movimento, os pesquisadores criaram um modelo 3D de uma serpente voadora, a partir de fitas brancas coladas em uma cobra da espécie.

Ao capturar todos os ângulos do animal planando, eles perceberam que, após ela saltar de um galho de árvore, a serpente move as costelas e músculos para estender a largura da parte inferior do corpo. Assim, em vez de ficar em formato arredondado (quando as costelas estão na posição normal), ela fica parecendo um triângulo. A ideia é que a estrutura triangular funcione como uma asa, permitindo que o ar passe por baixo dela mais aerodinamicamente.

Ainda, os cientistas descobriram que a extremidade traseira da serpente se move para cima e para baixo verticalmente, também aumentando a estabilidade dela.

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Aplicabilidade

De acordo com os pesquisadores, as informações do estudo podem ter aplicações para a robótica, principalmente em áreas de busca e salvamento. Isso porque objetos com o formato das serpentes são bons para entrar em espaços apertados, como escombros de um terremoto, explica o pesquisador Jake Socha ao jornal The New York Times.

Segundo ele,os robôs poderiam “voar” de um local de resgate para outro utilizando a técnica das cobras. "Espero que, antes do final da minha vida, tenhamos um robô de busca e salvamento baseado em cobras voadoras", afirmou.

Veja vídeo publicado pelo integrante da pesquisa, doutor Shane Ross, da serpente planando

 


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