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Coronavírus ajuda pangolim a recuperar a liberdade na China

Considerado o mamífero mais caçado do mundo, o animal tem as escamas usada como ingrediente de itens de crendice popular. Pangolins não se adaptam à vida em cativeiro e chegaram a ser suspeitos de transmitir Covid-19
21:41 | Jun. 12, 2020
Autor AFP
Tipo Notícia

Um pangolim recuperou a liberdade no leste da China, para a satisfação dos ativistas ambientais, dias depois de ter sido removido da lista oficial de ingredientes para a medicina tradicional chinesa, por suspeita de transmitir o coronavírus.

A jovem fêmea foi devolvida à natureza na quinta-feira na província de Zhejiang, escapando do destino de muitos de seus companheiros, em um país em que suas escamas são tradicionalmente utilizadas pra fins médicos. O animal foi descoberto por um agricultor, que o entregou à polícia.

"É um milagre: revertemos a situação a ponto de poder libertar os pangolins", afirmou a diretora da Fundação Proteção da Biodiversidade e do Desenvolvimento Verde, Sophia Zhang.

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"Os pangolins não podem sobreviver em cativeiro, porque não se adaptam nem à alimentação nem ao ambiente", explicou à AFP. Considerado a maior vítima da caça ilegal no mundo, o pequeno mamífero está em perigo de extinção.

Na semana passada, a Administração Florestal Chinesa concedeu a ele o nível máximo de proteção no país. Além disso, foi retirado da lista oficial de produtos que podem ser usados para a medicina tradicional.

A China reforçou sua legislação para limitar o consumo de animais silvestres, enquanto o pangolim é suspeito de ter sido o hóspede intermediário que permitiu a transmissão do novo coronavírus do morcego ao ser humano.

O vírus apareceu no final de 2019 em um mercado de Wuhan (centro da China) que vendia animais selvagens vivos.

O habitat do pangolim se encontra na África e no Sudeste Asiático. Zhang disse não saber quantos deles vivem em liberdade na China, mas estimou que não devem ser muitos.

Um médico tradicional explicou à AFP que as escamas do pangolim são recomendadas para o tratamento de artrite, úlceras e tumores, embora sua eficácia nunca tenha sido comprovada cientificamente. Mais de 500 receitas usam o material das carapaças, o que ocasionou que o preço do animal no mercado ilegal disparasse, bem como a caça predatória. 

Sua retirada da farmacopeia "com certeza terá um impacto no tratamento de certas doenças", lamentou o médico, que se apresenta na Internet sob o nome de Xinglin Daoren. Segundo ele, o pangolim "é insubstituível". Sociedades protetoras de animais concordam. Por isso, preferem eles vivos. 

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