Polícia divulga nome e informações sobre homem investigado pelo assassinato de Madeleine McCann
Nome do acusado é Christian Brückner. Ele já tem histórico de abuso de menores e atualmente está preso por estuprar uma mulher de 72 anos
O homem investigado pelo desaparecimento e assassinato de Madeleine McCann, menina de três anos que desapareceu em uma praia de Portugal em 2007, se chama Christian Brückner e tem 43 anos. Ele é investigado pela Procuradoria Pública de Braunschweig, na Alemanha. As informações são do Estadão e do jornal português Diário de Notícias.
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A Procuradoria de Braunschweig confirmou que Madeleine teria morrido nas mãos de Christian, cuja presença no local foi confirmada por uma chamada realizada à época feita por ele e registrada por uma antena celular. Na quinta, 4, os procuradores que investigam o caso disseram acreditar que a garota esteja morta.
O suposto assassino de Madeleine atualmente está cumprindo uma sentença em uma prisão alemã na cidade de Kiel e tem antecedentes criminais sexuais, inclusive contra menores, além de condenações por roubo e tráfico de drogas. De acordo com o jornal inglês The Guardian, ele foi condenado em 2019 por ter estuprado uma idosa de 72 anos em 2005 na Praia da Luz.
Segundo a revista alemã Der Spiegel, ele está sendo investigado por sequestro de uma menina de 5 anos que desapareceu na Saxônia-Ahhalt, na Alemanha, em 2015, durante uma excursão de família.
Brückner viveu em Algarve, no sul de Portugal, entre 1995 e 2007, nas proximidades da Praia da Luz, onde Madeleine desapareceu e foi vista pela última vez.
Para o Ministério Público alemão, tudo aponta para que menina esteja morta. O caso é tratado como assassinato no país. Se for condenado, o homem deve responder na Alemanha, porque a tipologia do crime é também reconhecido no solo alemão.
No entanto, a polícia britânica considera o caso como desaparecimento. Em entrevista a Rádio 4 da BBC, Clarence Mitchell, que fala pela família da garota, afirmou que "a polícia britânica se esforça para dizer que não há evidências de que ela tenha sido ferida, esteja morta ou viva, de modo que eles mantenham a mente aberta".
Sobre o suspeito
O alemão Christian Bruckner tem 43 anos. Vivia em Portugal na altura do desaparecimento da filha de Gerry e Kate McCann, na cidade de Lagos. A BKA, polícia criminal alemã, divulgou no seu site informações sobre o homem onde diz que, antes de chegar ao Algarve, "no passado, o suspeito já tinha sido condenado a pena privativa de liberdade, duas vezes por abuso sexual de crianças do sexo feminino, mas a maioria das pessoas não devia estar ciente disso". Há uma recompensa de dez mil euros para quem fornecer informações úteis sobre a sua passagem por Lagos. As informações são do jornal português Diário de Notícias.
Teria estado em Portugal entre 1995 e 2007, tendo cometido crimes de roubo, falsificação de documentos e tráfico de droga. A polícia divulgou imagens de dois carros que ele teria usado durante o período em que viveu no Algarve, uma van VW de caravanismo e um automóvel Jaguar, cujo registo de propriedade teria alterado no dia seguinte ao desaparecimento de Maddie. Mesma coisa aconteceu com uma residência em Lagos que utilizou durante algum tempo. Foto foi divulgada.
O homem está atualmente detido na Alemanha, cumprindo pena de sete anos de prisão por um crime de estupro ocorrido no Algarve. Em Portugal, o alemão atacou uma norte-americana de 72 anos, conta o jornal Braunschweiger Zeitung, mas o crime só foi descoberto anos mais tarde quando um homem roubou uma câmera de vídeo de Christian Bruckner - nela estava gravado o estupro. Esse homem contou à polícia de quem tinha roubado a câmera e foi assim que em 2019 Christian Bruckner acabou por ser condenado. Processo correu na Alemanha e não em Portugal.
Em Portugal, o homem de 43 anos tem antecedentes criminais por roubo e tráfico de droga. "Durante esse período, exerceu vários biscates (bicos) na área de Lagos, entre outros. Há também indícios que ele também ganhou a vida a cometer crimes como roubos em complexos de hotéis e apartamentos de férias, além de tráfico de drogas", lê-se numa nota da BKA, polícia criminal da Alemanha.
Durante o julgamento em Braunschweig, Christian Bruckner revelou detalhes da sua vida, segundo o Braunschweiger Zeitung. Aos 18 anos, já tinha problemas com a polícia e fugiu para Portugal com a namorada para não ser preso. Em Portugal, tiveram empregos "esquisitos", até que o homem foi apanhado pelas autoridades portuguesas em 1999 e teve que cumprir a sua sentença na Alemanha.
Depois, voltou a Portugal, informa o jornal a partir do testemunho do homem no processo de violação. Teria então tanto dinheiro que podia pagar um Jaguar. Viveu no Algarve até 2007, tendo a polícia registro de celulares do alemão no dia 3 de maio de 2007, junto à Aldeia de Luz, onde estava a família McCann.
Em 2014, o homem de chegou a Braunschweig onde passou a dirigir uma loja. Trabalhou ali até ter um "esgotamento", contou em tribunal. Teria voltado a Portugal por um curto período. Em 2017, novamente na Alemanha foi condenado a 15 meses de prisão por abuso sexual de crianças. Depois voltou a ser punido com uma pena por tráfico de droga, até que em 2019 foi condenado a sete anos de cadeia pelo estupro em Algarve. Mas recorreu desta sentença, sem que haja decisão até agora.
Agora é o principal suspeito do desaparecimento de Maddie McCann. Christian Wolters, procurador e porta-voz do Ministério Público de Braunschweig adiantou que está sendo investigado "um cidadão alemão, de 43 anos, por suspeita de homicídio".
Este responsável adiantou, sem revelar pormenores nem responder a questões, que, "na investigação do desaparecimento da criança britânica Madeleine McCann, com 3 anos, da Praia da Luz, no Algarve, assumimos que a menina está morta".
Madeleine McCann desapareceu em 3 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gêmeos, mais novos, num apartamento na Praia da Luz, no Algarve. Famílias e amigos foram passar as férias no local.
A polícia britânica começou por formar uma equipe em 2011 para rever toda a informação disponível, abrindo um inquérito formal no ano seguinte, tendo até agora despendido perto de 12 milhões de libras (14 milhões de euros).
A Polícia Judiciária (PJ) (polícia responsável por investigar esse tipo de caso em Portugal) reabriu a investigação em 2013, depois de o caso ter sido arquivado pela Procuradoria Geral da República em 2008. Os pais de Madeleine, Kate e Gerry McCann, chegaram a ser suspeitos do caso. Outro britânico, Robert Murat, também foi indiciado dias após desaparecimento da menina.