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Dez anos depois: relembre o terremoto do Haiti e ajuda brasileira na tragédia

O Ceará também participou ativamente da missão, quando um médico foi enviado em um navio equipado com hospital emergencial para o auxílio às vítimas
10:59 | Jan. 12, 2020
Autor Izadora Paula
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Izadora Paula Estagiária do portal O POVO Online
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Tipo Notícia

No dia 12 de janeiro de 2010 um abalo sísmico de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu o Haiti, país localizado na Ilha de São Domingos. O impacto do terremoto foi imenso: diversas edificações, incluindo o Palácio Presidencial, desmoronaram, soterrando milhares de pessoas. Até hoje, o número de mortos não foi precisado; gira em torno de 100 mil a 300 mil pessoas. Em Missão de Paz no país através da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil esteve ativamente presente desde o primeiro momento da catástrofe. 

Com o terremoto, 18 militares brasileiros que atuavam em missão no Haiti faleceram, incluindo o cearense Emílio Carlos Torres dos Santos, coronel do Exército. Entre os mortos estava a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, em viagem ao Haiti cumprindo parte de uma série de visitas a países da região e teria morrido após escombros caírem sobre ela enquanto caminhava na rua. Também faleceu o diplomata Luiz Carlos da Costa.

Há dez anos, o Haiti era considerado o país mais pobre da América Latina - posto que ocupou por diversos anos, antes e depois da tragédia. Tendo sido a primeira república negra do mundo a declarar sua independência, o país tem problemas econômicos, políticos e de segurança praticamente desde o início de sua república. No ano de 2010, quando o abalo sísmico atingiu seu epicentro a cerca de 25 quilômetros da capital haitiana, Porto Príncipe, o impacto foi imediato.

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Além do Palácio Presidencial, foram destruídos o edifício do Parlamento, a Catedral de Notre-Dame de Port-au-Prince e a principal prisão do país, além diversas edificações residenciais, a maioria construída fora das normas de segurança. Todos os hospitais do país foram destruídos ou gravemente danificados. Sistemas de comunicação, redes elétricas e transportes aéreos, terrestres e aquáticos foram comprometidos pelo sismo, dificultando a ajuda e o suporte aos afetados.

Ajuda do Brasil

O Brasil atuava na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) desde 2004, ano em que a iniciativa foi criada por Resolução do Conselho de Segurança da ONU, segundo informações do site do Exército Brasileiro.

Diversos países enviaram voluntários em missão de ajuda às vitimas do terremoto. De Fortaleza, Frederico Arnaud, médico cearense, seguiu para o país com outros quatro médicos gaúchos a bordo do navio italiano Conde de Navour, em missão humanitária formada por 74 brasileiros. O próprio navio serviu como hospital emergencial, com dois centros cirúrgicos e 35 leitos. Este trabalho foi coordenado pela Marinha do Brasil, em parceria com a Marinha da Itália.

Além dos inúmeros mortos, estima-se que pelo menos 300 mil pessoas ficaram feridas e 1,5 milhão esteve desabrigado.

Em 2017, ao fim da Missão de Paz no Haiti, uma formatura em comemoração foi realizada no Comando da 10ª Região Militar (10ª RM), em Fortaleza. Os militares brasileiros, incluindo guarnição cearense, foram homenageados pela atuação no Haiti durante os 13 anos (2004-2017), que também abrangeu operações durante o resgate no terremoto de 2010.

Repercussões da tragédia

Apesar do socorro inicial após o terremoto, de proporções mundiais, conforme a Anistia Internacional, 85.432 pessoas permaneceram sem teto cinco anos após o terremoto, e cerca de 25 mil famílias viviam em condições precárias.

Segundo informações da AFP, o governo haitiano ofereceu residência a diversas pessoas desabrigadas. Em um dos locais, chamado Lumane Casimir, seriam construídas 3 mil casas à prova de abalos sísmicos, um mercado, uma zona industrial, uma delegacia, um quartel dos bombeiros, uma escola e um posto de saúde. Entretanto, esses planos não saíram do papel: a realidade na localidade, dez anos após a tragédia, é de obras inacabadas e população desassistida.

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