Carta assinada por ONGs brasileiras denuncia descaso com a Amazônia na COP25
Ativistas pedem que o governo trabalhe para desencorajar desmatamento ilegal e invasão de terras indígenasRepresentantes do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o senador Randolfe Rodrigues (Rede) e a ex-ministra do meio ambiente, Marina Silva, apresentaram, nessa quinta-feira, 12, dados sobre o desmatamento da Amazônia. O grupo denunciou políticas ambientais do governo brasileiro durante evento da COP25, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019.
Uma carta assinada por mais de 100 organizações foi apresentada, contendo relatório sobre ações do governo que prejudicaram o meio ambiente e como isso impacta nos índices de queimadas e desmatamentos de 2019.
“Já temos prejuízos visíveis”, disse Marina Silva. A ex-ministra mencionou o nível de desmatamento de 2019, que chegou a quase 10 mil km. Para ela, é necessário fortalecer a governança ambiental de forma transversal e combater incisivamente os crimes ambientais. Marina disse ainda que o Brasil não irá atingir as metas de redução da emissão de gases nocivos ao meio ambiente até 2020, como foi proposto pelo Acordo de Paris, do qual o País faz parte.
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AssineA diretora de Ciência do IPAM, Ane Alencar, que compôs a mesa, afirmou que caso não haja políticas mais eficazes, o Brasil corre o risco de atingir taxas de desmatamento comparáveis a dos anos 1990. “É importante que o governo aja agora para desencorajar o desmatamento ilegal e a invasão de terras indígenas”, afirmou. O diretor executivo do IPAM, André Guimarães, também estava presente na coletiva de imprensa dessa quinta-feira, 12.
De acordo com o senador Randolfe Rodrigues, líder da oposição no Congresso, as políticas climáticas do Brasil foram abandonadas em 2019. Ele considerou este ano o pior em relação às ações voltadas para o meio ambiente e criticou o ministro Ricardo Salles. Em sua análise, Randolfe ainda relatou que as operações do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima foram paradas. O fundo era utilizado para financiar pesquisas e e projetos para diminuir as emissões de CO2 na atmosfera.