Ex-presidiária vira YouTuber famosa após ter dificuldade para conseguir emprego

A ressocialização de ex-presidiários é tema de grande discussão na sociedade atual. Dificuldades de conseguir emprego e de relacionamento na sociedade - além do próprio convívio no sistema penitenciário, onde algumas práticas geram efeitos negativos na vida do ex-detento -, são algumas das problemáticas enfrentadas por aqueles que estavam em reclusão.

Christina Randall vivenciou esse processo em seu estado, a Flórida, nos Estados Unidos. Presa após ser condenada por agressão, roubo e fuga, ela deixou o sistema penitenciário em 2008 e, desde então, busca emprego para se manter e conseguir cursar faculdade de Serviço Social.

A mulher até conseguiu trabalhar em restaurantes de fast-food, mas a maioria dos estabelecimentos não a contratava por conta do histórico de ex-presidiária. Entretanto, em 2016, Christina passou a publicar vídeos no YouTube abordando diversos temas, entre eles estavam histórias que vivenciou enquanto esteve encarcerada.

Com 427 mil seguidores na rede social, Randall também faz vídeos sobre temas amplamente abordados por outras youtubers, como cuidados com a beleza, casamento, gravidez, amor próprio, crescimento, saúde e estilo de vida. Os vídeos com maior número de visualizações no canal da mulher são os que envolvem a percepção dela sobre o período que passou presa.

Em entrevista ao jornal The New York Times, ela disse acreditar que seu conteúdo na internet deu voz a ex-presidiários e familiares que não se sentiam representados no espaço virtual. "Muitos filhos, mães, filhas, pais, tias, tios, avôs de gente na prisão assistem aos meus vídeos para compreender melhor o que aquela pessoa pode estar passando", relatou Christina.

Se antes Randall encontrava resistência do mercado de trabalho, atualmente ela tira sua renda do YouTube. Ainda de acordo com informação do NYT, Christina conta com anúncios inseridos em seu canal pela rede social, apoiados por uma rede de financiamento recorrente. Aproximadamente 270 fãs doam pelo menos US$ 5 para que ela possa produzir mais vídeos.

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