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Votações da manhã desta quarta também terminam com fumaça preta e sem novo Papa

O resultado significa que a votação para eleger o pontífice irá continuar até que um dos cardeais obtenha dois terços dos 115 votos

07:29 | 13/03/2013
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Autalização: Argentino Jorge Mario Bergoglio é o novo papa

 

Atualizada e corrigida às 10h43

Uma espessa fumaça preta voltou sair nesta quarta-feira, 13, da chaminé da Capela Sistina no Vaticano, indicando pela segunda vez ao mundo que os cardeais reunidos no conclave para eleger o novo Papa não chegaram a um acordo para nomear o sucessor de Bento XVI. Nesta última terça-feira, os cardeias também não conseguiram eleger o novo Papa.

Às 11h40 de Roma (7h40 de Brasília) e durante alguns minutos a fumaça escura saiu da pequena chaminé de cobre.

A fumaça da manhã desta quarta-feira foi resultado de duas votações dos cardeais eleitores, que devem organizar mais dois escrutínios durante a tarde.

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Os 115 cardeais eleitores organizaram duas votações inconclusas durante a manhã. Eles voltarão a se reunir pela tarde para mais duas votações.

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Início do conclave
Os cardeais "estão em ótima forma", afirmou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, que presenciou o primeiro conclave a ser realizado com um Papa vivo.


"O ambiente era muito sério e religioso", comentou.

O próprio Lombardi havia advertido na segunda-feira que o resultado da primeira votação seria provavelmente negativo.

Na ausência de um favorito claro, são considerados "papáveis" cerca de dez cardeais, todos eles conservadores, como o italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer, considerado o candidato da cúria e que poderá se tornar no primeiro Papa da América.

A cerimônia secular do conclave começou às 13h31 de Brasília, quando as portas da Capela Sistina foram fechadas e os cardeais ficaram completamente isolados do mundo exterior sob os afrescos renascentistas de Michelangelo.

Vestidos com seus adornos vermelhos e barrete cardinalício, os "príncipes da Igreja" juraram manter silêncio a respeito de tudo o que ocorrer no seu interior, sob pena de excomunhão.

A duração do conclave é incerta, apesar de a história do último século levar a crer que não deverá prolongar-se por mais de cinco dias.

A única indicação que se terá fora do que ocorre dentro do conclave será a fumaça que sairá da chaminé de cobre situada à direita da Basílica de São Pedro, onde costumam se reunir tradicionalmente inúmeros fiéis.

Quando um candidato obtiver os 77 votos necessários para ser eleito e aceitar assumir a responsabilidade, a fumaça será branca e será acompanhada pelo toque dos sinos de São Pedro.

O novo pontífice escolherá então o nome com o qual quer governar e vestirá, pela primeira vez, a batina branca para ser apresentado a Roma e ao mundo. O escolhido irá pronunciar sua primeira mensagem "urbi et orbi" desde a varanda do Palácio Apostólico.

Primeiro ritual do conclave
O ritual teve início na manhã desta terça-feira com a missa solene "Pro Eligendo Pontifice" na Basílica de São Pedro, presidida pelo decano do colégio cardinalício Angelo Sodano, que fez uma convocação de "união" aos católicos em um momento crucial para a Igreja.
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Em sua homilia, Sodano incentivou os cardeais a "colaborar para edificar a unidade da Igreja" e a "cooperar com o sucessor de Pedro", na presença de milhares de fiéis e autoridades.

"Eu os exorto a se comportarem de maneira digna, com toda humildade, mansidão e paciência, tolerando-se reciprocamente com amor, tentando manter a unidade do espírito por meio do vínculo da paz", disse Sodano, em referência à carta do apóstolo Paulo aos Efésios.

O influente cardeal, que não participa no conclave por ter completado 80 anos, foi ovacionado pelos presentes ao homenagear o "luminoso pontificado" do agora emérito Bento XVI, após a inesperada renúncia praticamente sem precedentes.

Seja quem for seu sucessor, o novo Papa deverá enfrentar importantes desafios, começando pela situação inédita de viver a poucos metros do papa emérito, que alegou "falta de forças" para seguir cumprindo com sua missão.

"Vatileaks"
Também terá que realizar importantes reformas após os escândalos que vieram à tona durante o último pontificado, como os abusos sexuais de menores ou o "VatiLeaks" - o vazamento de documentos confidenciais do pontífice que revelou uma trama de abuso de poder na Cúria Romana, o governo central do Vaticano.

A esses problemas, se somam a perda de influência da Igreja devido à redução do número de fiéis e às críticas de parte dos católicos ao fato de a instituição não atender aos pedidos de mudanças do mundo moderno sobre temas como o papel da mulher na Igreja e a sexualidade.

Todos os cardeais, inclusive os mais idosos, dedicaram a última semana a examinar a situação da Igreja e esboçar o perfil do próximo líder de 1,2 bilhão de católicos batizados no mundo.

Durante toda a duração do conclave, os cardeais eleitores estarão hospedados na Casa de Santa Marta, dentro do recinto vaticano, sem acesso a nenhum tipo de comunicação moderna.

Alguns deles se despediram de seus seguidores através do Twitter. "Um grande silêncio", tuitou o porta-voz do cardeal francês Philippe Barbarin, ao anunciar sua entrada no Vaticano.

Redação O POVO Online,
com informações da AFP

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