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Péter Erdö, um 'papabile jovem' em luta contra secularização

11:15 | 11/03/2013

O arcebispo de Esztergom-Budapeste e primaz da Hungria, Peter Erdö, foi durante muito tempo o cardeal mais jovem da Europa e hoje, aos 60 anos, com sua firme pregação contra a secularização, é citado como um dos 'papabile' com mais possibilidades de suceder Bento XVI.

O Papa João Paulo II o proclamou cardeal e primaz da Hungria em 2003, quando apenas tinha 51 anos, e continua sendo um dos mais jovens do colégio cardinalício, junto ao arcebispo de Munique, Reinhard Marx, de 59 anos, cardeal desde 2010.

Se for escolhido Papa, será o segundo pontífice, depois do polonês Karol Wojtyla (João Paulo II), oriundo de um dos antigos países do bloco comunista.

Poliglota (fala sete idiomas) preside desde 2005 o Concílio de Conferências Episcopais da Europa.

"Os cardeais, desde a Idade Média, sempre deram suas opiniões sobre todos os temas que interessam a ele porque seu dever é representar a fé, a esperança e o amor", afirmou em uma entrevista há alguns meses ao jornal húngaro Nepszabadsag.

Em 2005, participou no conclave que designou como Papa o alemão Josef Ratzinger (Bento XVII), que renunciou no fim de fevereiro.

Nova evangelização e diálogo interreligioso
O cardeal húngaro é muito ativo na chamada nova evangelização, que luta contra a secularização, e um defensor do diálogo interreligioso, em particular como judaísmo.

Em abril de 2012, participou na "Marcha pela vida" celebrada em Budapeste para recordar as vítimas do Holocausto nazista e proclamou que o "antissemitismo não tem cabimento dentro do cristianismo".

Erdö também teve um papel importante na concordata entre o Estado húngaro e o Vaticano.
É membro da Academia de Ciências na Hungria e doutor honoris causa da Universidade Católica de Navarra, próxima ao movimento ultraconservador Opus Dei.

Em 2011, Bento XVI o enviou ao Peru para mediar um conflito entre o arcebispado e a Universidade Católica de Lima, que finalmente teve de renunciar à designação de "católica".

Péter Erdö nasceu em 25 de junho de 1952 em Budapeste, em uma família católica de seis filhos (ele era o mais velho) que manteve sua fé, apesar dos obstáculos do regime comunista, que impediu a seu pai, advogado, exercer sua profissão.

"Meus pais tiveram de eleger entre a fé e a promoção social, e escolheram a fé", recordou.

Depois de seus estudos secundários, o futuro cardeal estudou no instituto de educação de sacerdotes de Esztergom (norte de Budapeste) e depois no seminário central da capital húngara.

Em junho de 1975, se converteu sacerdote de Dorog (nordeste de Budapest), enquanto preparava seu doutorado em teologia na Academia Católica Péter Pazmany.

Graças a uma bolsa pôde estudar também direito canônico entre 1977 e 1980 na Pontifícia Universidade Lateranense de Roma.

Foi professor no seminário de Esztergom e depois voltou a Roma para estudar na Universidade Gregoriana.

Em 1998, foi nomeado reitor da Universidade Católica Péter Pazmany, na Hungria.
AFP

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