Oligarca russo Boris Berezovsky é encontrado morto
Berezovsky era um dos "oligarcas russos" que enriqueceram rapidamente na onda de privatizações que se seguiu ao colapso da União Soviética, em 1991. Formado em matemática e membro da Academia de Ciências da Rússia, ele enriqueceu vendendo carros Mercedes importados para o país e depois tornou-se acionista majoritário da rede de televisão ORT, a maior do país, e da empresa de petróleo Sibneft.
Em meados dos anos 1990, o empresário tornou-se um dos principais apoiadores do governo do presidente Boris Yeltsin e chegou a eleger-se deputado em 1996. Com a eleição de Vladimir Putin para a Presidência da Rússia, em 2000, Berezovsky renunciou a seu posto de deputado e deixou a Rússia, buscando asilo no Reino Unido. Fundou o Partido Rússia Liberal, de oposição a Putin, mas a agremiação naufragou quando dois de seus principais dirigentes foram assassinados.
O próprio Berezovsky foi alvo de várias tentativas de assassinato. Em 2006, um de seus principais associados, o ex-agente da KGB Alexander Litvinenko, foi envenenado em Londres com uma substância radiativa, plutônio 210, e Berezovsky acusou Putin de ser o responsável. Na mesma época foi assassinada a jornalista russa Anna Politkovskaya, que também fazia oposição a Putin. O governo russo acusou Berezovsky de responsabilidade pelos dois crimes, o que o empresário negou.
Em 1997, sua fortuna foi estimada pela revista Forbes em mais de US$ 3 bilhões. Segundo a BBC, o patrimônio de Berezovsky se reduziu muito nos últimos anos. Em 2012, ele processou outro oligarca russo, Roman Abramovich, na Justiça britânica, acusando-o de tê-lo obrigado com intimidações a vender sua participação na Sibneft "por uma fração do valor real". O tribunal decidiu pelo arquivamento do processo e disse que Berezovsky era "uma testemunha totalmente indigna de confiança".