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Corpo de Neruda será exumado em abril para esclarecer morte

O poeta está enterrado desde 1992 em sua casa de Isla Negra, na costa central chilena, junto a sua última esposa, Matilde Urrutia

15:48 | 04/03/2013
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SANTIAGO, 04 Mar 2013 (AFP) - Os restos mortais do poeta e prêmio Nobel chileno Pablo Neruda, morto em 1973 pelo que se acredita terem sido complicações de um câncer, serão exumados nos primeiros dias de abril, para esclarecer uma denuncia de envenenamento, informou nesta segunda-feira o juiz encarregado do caso.

"Para poder dar tempo (aos peritos nacionais e estrangeiros que devem participar da análise) e estabelecer uma data aproximada, assinalamos os 15 primeiros dias de abril, mas ainda não determinamos uma data exata", declarou o juiz Mario Carroza à imprensa.
O poeta está enterrado desde 1992 em sua casa de Isla Negra, na costa central chilena, junto a sua última esposa, Matilde Urrutia.

Neruda, membro do Partido Comunista, morreu 12 dias depois do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973 que derrotou seu amigo, o presidente socialista Salvador Allende, e instaurou a ditadura de Augusto Pinochet até 1990.

Em uma versão defendida na época por Urrutia e a fundação que administra a obra do poeta, Neruda morreu vítima do agravamento de um câncer de próstata.

No entanto, em 2011, Manuel Araya, seu motorista e assistente pessoal afirmou que o poeta foi envenenado por agentes da ditadura.

Em junho de 2011, a justiça chilena aceitou investigar o caso após pedido apresentado pelo PC com base nos relatos de Araya.

"A convicção (para ordenar a exumação) está nos antecedentes que deram origem ao processo, tínhamos que determinar se era factível a diligência, e a partir disso tomamos a decisão, explicou o juiz Carroza.

Araya defende que o poeta foi envenenado por meio de uma injeção, quando estava internado na Clínica Santa María de Santiago, dias antes de viajar ao México, onde planejava se refugiar após a instalação da ditadura.

A justiça chilena também investiga a morte em 1982 do ex-presidente chileno Eduardo Frei (1964-1970), que foi envenenado na mesma clínica.

Já a morte de Allende foi confirmada como suicídio em meio ao bombardeio do palácio presidencial durante o golpe de Estado.

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