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Cardeais chegam aos poucos em Roma para preparar o Conclave

12:11 | 03/03/2013
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Os cardeais continuam a chegar em Roma para participar a partir desta segunda-feira, 4,  das chamadas "congregações" que vão preparar a eleição do 266º Papa em um conclave ainda sem data definida e em que nenhum nome parece como certo.

O conjunto de 209 cardeais foi convocado pelo decano do Colégio Sagrado, o cardeal Angelo Sodano, os prelados eleitores (com menos de 80 anos) e aqueles que passaram desta idade.

A partir de segunda-feira, a portas fechadas, muitos problemas da Igreja e o perfil ideal do próximo pontífice serão discutidos. A escolha parece cada vez mais difícil, levando-se em conta qualidades tão exigentes - líder, reformador, que garanta a tradição.

No sábado, 66 cardeais vindos do exterior já se encontravam em Roma. Nem todos os cardeais devem participar, alguns doentes ou com idade avançada já se desculparam pela ausência.

O Conclave só poderá ser convocado quando os eleitores, atualmente 115, estiverem todos presentes.

Será na "Congregação Geral" a aprovação da formação do Conclave da Capela Cistina, que permanecerá fechada aos turistas.

Enquanto isso, o Vaticano permanece "Sede vacante" (Trono vacante), ilustrado nos selos do correio vaticano por um bonito guarda-sol vermelho sobre as chaves de São Pedro cruzadas.

Durante as congregações e em outros encontros informais, as candidaturas devem ser oficializadas.

A escolha do próximo Papa parece estar em aberto. "Na morte de João Paulo II em 2005, a situação era muito diferente, cada um refletia há meses quem escolher para sucessão e o Conclave foi breve. Desta vez a renúncia do Papa bagunçou todos os cálculos", afirmou à AFP um cardeal aposentado.

De acordo com ele, "uma decisão audaciosa" não está excluída como em 1978, após o choque terrível da morte de João Paulo I depois de apenas 33 dias de pontificado: um polonês que ninguém esperava se impôs.

Se vários candidatos se destacam, cada um tem deficiências: Angelo Scola, próximo ao Papa, tem chances, mas o fato de ser italiano o enfraquece. O cardeal de Viena, Christoph Sch¶nborn, reformador e ex-aluno de Bento XVI, representa uma boa síntese, mas a contestação em sua igreja pode atrapalhar.
Os americanos, enérgicos e modernos, como Sean O'Malley que lutou contra a pedofilia em Boston, Timothy Dolan, o arcebispo de Nova York, midiático e brilhante, e o canadense Marc Ouellet, teólogo e conservador, grande conhecedor da América Latina, amigo de Ratzinger, poderiam reformar a Cúria.

A América Latina está ligeiramente atrás. O candidato mais forte é o arcebispo de São Paulo, Odilo Scherer, moderado e que trabalhou em Roma.

Na África, o ganês Peter Turkson, Robert Sarah da Guiné - discreto e muito apreciado por Bento XVI-- e o sul-africano Wilfrid Napier, arcebispo de Durban, poderiam ser escolhidos.

Representante da Ásia, o jovem arcebispo de Manilla, Luis Antonio Tagle, de 55 anos, teólogo e pastor, é muito admirado, mas sua pouca idade e distancia dos centros de poder poderiam pesar.

A falta de favoritismo é sinal que a partida de Bento XVI ainda é difícil de ser engolida pelos mais tradicionais. O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, ressaltou no sábado que "não foi, de modo algum, um abandono" de sua missão ou fiéis.

Sua "coragem frente aos limites da velhice" não é menos admirável do que a de Karol Wojtyla, que permaneceu à frente da Igreja apesar da doença, ressaltou o padre.

No Vaticano, questões sem solução e degradantes aparecem. Assim, os funcionários do pequeno Estados, que trabalham normalmente, não receberão a gratificação de 1.000 euros como na morte de João Paulo II, segundo o jornal Il Messaggero.
                                                                                                              AFP

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