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Aquecimento global provoca fenômenos extremos de frio e calor

Uma pesquisa publicada revela que estes devastadores fenômenos são consequência de uma mesma perturbação das correntes atmosféricas

07:40 | 26/02/2013
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Especialistas em clima determinaram que o aquecimento global está provocando fenômenos meteorológicos extremos - como secas, ondas de calor e frio - ao perturbar as correntes atmosféricas que circulam no hemisfério norte.

Uma pesquisa publicada na última segunda-feira, 25, revela que estes devastadores fenômenos são consequência de uma mesma perturbação das correntes atmosféricas que circulam sobre o hemisfério norte, afetadas pelo aquecimento derivado das emissões de gases do efeito estufa decorrentes de atividades humanas.

"Uma parte importante da circulação do ar nas latitudes médias da Terra assume habitualmente a forma de ondas que se deslocam em torno do globo, oscilando entre as regiões tropicais e árticas", explica Vladimir Petukhov, do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK) da Alemanha, principal autor do estudo.

"Quando estas ondas oscilam para cima aspiram o ar quente dos trópicos para Europa, Rússia ou Estados Unidos, e quando se movem para baixo produzem o mesmo fenômeno, mas com as massas de ar frio do Ártico", revela o estudo publicado nos Anais da Academia de Ciências dos Estados Unidos (PNAS).
"Descobrimos que durante vários destes fenômenos meteorológicos extremos recentes estas ondas atmosféricas permaneceram fixas ao longo de várias semanas".

Variação

O aquecimento não é uniforme, e varia segundo as regiões do planeta. Na Antártida, a elevação das temperaturas se vê amplificada pela perda de neve e gelo, destaca Petukhov. Isto reduz as diferenças térmicas entre a região ártica e a Europa, por exemplo, o que afeta a circulação do ar em torno do globo, cujo principal motor é a diferença de temperaturas.

Por outra parte, os continentes se aquecem e se esfriam mais rapidamente que os oceanos, o que contribui para a paralisação das ondas de ar.
"Estes dois fatores são cruciais para o mecanismo que detectamos, o que provoca períodos prolongados de calor ou de frio", assinala Vladimir Petukhov.

Dois ou três dias seguidos com temperaturas de 30 graus não são um problema, mas 20 dias ou mais geram um estresse importante em numerosos ecossistemas e aglomerações urbanas que não estão habituados a ondas prolongadas de calor.

AFP

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