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Síria: Rússia e Otan alertam para colapso do governo

17:47 | 13/12/2012
O governo russo, principal aliado externo da Síria, advertiu nesta quinta-feira que o presidente Bashar Assad está perdendo o controle sobre seu país e aventou a possibilidade de os rebeldes saírem como vencedores da guerra civil. Trata-se da primeira vez que a Rússia admite que o governo sírio encontra-se debilitado em quase dois anos de uma rebelião durante a qual já morreram mais de 40 mil pessoas. Também nesta quinta-feira, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que o governo de Assad "está à beira do colapso". A Otan advertiu Assad a abrir algum diálogo com os insurgentes sírios e reconhecer "a realidade da situação atual". Nesta quinta-feira, dois ataques a bomba perto de Damasco mataram pelos menos 24 pessoas, a maioria civis, incluídos mulheres e crianças.

O alerta russo foi feito mais cedo. O vice-chanceler da Rússia, Mikhail Bogdanov, disse que Moscou está preparando a retirada de milhares de cidadãos russos da Síria. "Uma vitória da oposição não pode ser descartada, infelizmente, mas é necessário observar os fatos: existe uma tendência de perda progressiva de controle do governo sobre uma porção cada vez maior do território", declarou Bogdanov durante uma audiência no Kremlin.

Grupos armados de oposição a Assad dominam atualmente grande parte do norte da Síria e parecem controlar cada vez mais áreas nas proximidades de Damasco.

Também nesta quinta-feira o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, declarou que o governo sírio está "à beira do colapso". Segundo ele, a queda de Assad seria "apenas uma questão de tempo". Ontem, os Estados Unidos, a Europa e diversos outros aliados reconheceram um grupo reorganizado de oposição como "representante legítimo" do povo sírio, o que pode abrir caminho para uma maior ajuda internacional às forças que combatem Assad.

"Eu peço ao regime sírio que pare a violência e perceba qual é a situação verdadeira no momento", disse o secretário-geral da Otan, o general dinamarquês Anders Fogh Rasmussen. Karim Bittar, diretor de pesquisas do Instituto para as Relações Estratégicas Internacionais, disse que o disparo de foguetes Scud, da parte do governo, foi um sinal de que o regime de Assad passou da fase ofensiva à defensiva. "A batalha por Damasco começará em breve e essa batalha poderá mudar as regras do jogo", opinou. O Scud é um míssil que pode transportar uma bomba de 3.500 quilos, com um alcance de 200 quilômetros ou mais, dizem analistas de defesa. Na quarta-feira, o governo sírio disparou alguns Scud contra as províncias de Alepo e Idlib, no norte do país e parcialmente controladas pelos rebeldes.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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