Cameron depõe em caso sobre grampos ilegais
O inquérito foi aberto após revelações que jornalistas do News of the World, tabloide do bilionário Rupert Murdoch que foi fechado após o escândalo, grampeavam telefones para produzirem suas reportagens. O caso resultou em 40 prisões e na renúncia dos principais executivos da controladora do jornal, a News Corp., e levantou suspeitas de que políticos estariam protegendo as empresas de Murdoch.
Cameron disse que o relacionamento entre os políticos britânicos e a imprensa tomou um rumo errado nas últimas décadas e precisa ser repensado. "Eu acredito que os políticos acham que a imprensa está sempre errada. E grande parte da imprensa acha que os políticos só se preocupam consigo mesmos, não são guiados pelas razões certas. Isso virou um relacionamento ruim", disse ele.
Entretanto, o primeiro-ministro não especificou que mudanças na regulação da mídia ele sugeriria. As relações com o império de mídia de Murdoch têm sido um problema para Cameron. Seu governo é criticado pela forma como negociou a proposta de Murdoch para assumir o controle do canal de televisão por assinatura British Sky Broadcasting.
A ligação de Cameron com Murdoch foi questionada quando o premiê escolheu um ex-editor do News of the World, Andy Coulson, para ser seu chefe de comunicação, e por sua amizade com a principal editora do tabloide, Rebekah Brooks. Coulson é acusado de ter dado testemunho falso durante a investigação sobre os grampos, mas Cameron defendeu sua nomeação. Ele também admitiu ter pedido conselhos a Brooks, que pode até mesmo ser condenada à prisão perpétua, por ter prejudicado as investigações.
Cameron afirmou que suas conversas com Murdoch eram sobre grandes questões internacionais e não assuntos comerciais e disse que nunca "negociou" decisões políticas em troca de apoio editorial. O depoimento deve durar o dia inteiro. As informações são da Associated Press.