GREENSBORO, EUA, 22 Abr 2012 (AFP) - O julgamento de John Edwards, que foi candidato democrata à vice-presidência dos Estados Unidos em 2004, começará nesta segunda-feira sob acusações de utilizar dinheiro de campanha de forma ilegal para encobrir uma relação extraconjugal. Edwards, ex-senador e também pré-candidato presidencial em 2008, enfrenta seis acusações por aceitar quase um milhão de dólares para esconder do público e de sua esposa doente de câncer o caso com a cinegrafista Rielle Hunter, com quem teve um filho. Os promotores argumentam que Edwards violou a lei ao aceitar o dinheiro como uma contribuição ilegal para sua campanha eleitoral de 2008 para poder manter o que até então era uma intocável imagem de pai de família. Neste momento, os eleitores poderiam fornecer um máximo de 2.300 dólares a campanhas eleitorais, mas Edwards recebeu o montante em questão de apenas dois doadores. Edwards estava casado então com Elizabeth, com quem teve quatro filhos. Ela atraiu grande simpatia quando o público descobriu que lutava contra o câncer e enfrentava a infidelidade de seu marido. Elizabeth Edwards morreu em dezembro de 2010. John Edwards reconheceu seu caso amoroso em agosto de 2008, depois do fim de sua tentativa presidencial, mas não reconheceu o filho até janeiro de 2010. O caso se apoia no testemunho de Andrew Young, um ex-assessor de Edwards que em um primeiro momento disse ser o pai do filho para evitar a queda de seu chefe. Mas depois escreveu um livro no qual confessa todo o disfarce. Os advogados de Edwards argumentam em sua defesa que o dinheiro recebido foi de dois amigos que o ajudaram a esconder o caso e que não teve ligação com a campanha. Cada acusação, se o político for considerado culpado, pode resultar em uma pena de prisão de até cinco anos e em uma multa de 250 mil dólares.