Troca de facção: 13 pessoas são capturadas após foguetório em Fortaleza
Queima de fogos estaria relacionada à comemoração de que bairros da orla de Fortaleza, principalmente na Barra do Ceará, teriam passado a ser dominados pelo CV, anteriormente sob controle do TCP
Treze pessoas foram capturadas na noite desse domingo, 28, após o foguetório registrado em diversos bairros de Fortaleza e em áreas do município de Caucaia, na Região Metropolitana (RMF).
A queima de fogos estaria relacionada à mudança de facção criminosa em áreas da Capital e seria também uma tentativa de ameaçar e intimidar moradores.
O POVO apurou que regiões da orla de Fortaleza, dentro da área que abrange a Barra do Ceará, teriam passado a ser dominadas pelo Comando Vermelho (CV), anteriormente sob controle do Terceiro Comando Puro (TCP). A mudança teria motivado o foguetório, que seria uma comemoração.
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Na Capital, os fogos foram ouvidos nos bairros Barra do Ceará, Cristo Redentor, Monte Castelo, Bela Vista, Vicente Pinzon, entre outros. Já na Caucaia, foram registrados fogos no bairro Iparana e no distrito do Pecém; além do bairro Novo Oriente, em Maracanaú.
Conforme a Polícia Militar do Ceará (PMCE), nove adultos foram presos e quatro adolescentes apreendidos. Com eles, foram encontrados fogos de artifício, uma motocicleta com sinais de adulteração, um aparelho celular e material utilizado em pichações. As capturas aconteceram em ações distintas.
Prisões após foguetório no Ceará
No bairro Barra do Ceará, o (CPRaio) prendeu um homem de 32 anos com 14 fogos de artifício, entre intactos e deflagrados, além de um aparelho celular.
Já no bairro Jardim Cearense, policiais flagraram seis adultos, com idades entre 20 e 29 anos, e dois adolescentes, de 15 e 16 anos, com fogos de artifício. No local, foram apreendidos 16 rojões já deflagrados e constatada adulteração em uma motocicleta.
Eles foram conduzidos à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), onde os adultos foram autuados em inquérito por organização criminosa e corrupção de menores. Contra os adolescentes, houve lavratura de ato infracional.
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As outras capturas aconteceram no bairro Mondubim após denúncias de pichações feitas por integrantes de um grupo criminoso em relação às comemorações com queima de fogos. No local, agentes do Batalhão de Polícia de Trânsito Urbano e Rodoviário Estadual (BPRE) prenderam dois homens de 18 anos.
Os suspeitos estavam em uma motocicleta e transportavam material utilizado para as pichações recentemente registradas na região. Eles foram apresentados no 13º Distrito Policial, onde foram autuados por organização criminosa e apologia ao crime.
As últimas capturas aconteceram no distrito do Pecém, em Caucaia. Dois adolescentes de 15 anos foram apreendidos com três rojões de fogos de artifício. No local, os adolescentes tentaram se evadir, mas foram abordados e apresentados na Delegacia Metropolitana de Caucaia, onde foi lavrado o ato infracional.
Pichações com ameaças são registradas em casas após foguetório
Pelo menos cinco imóveis tiveram os muros e calçadas pichados por integrantes do CV após registro de foguetório na noite desse domingo, 28, na Barra do Ceará, em Fortaleza. As mensagens transmitidas apontam para o domínio da facção na região e a expulsão de moradores do local, que era da TCP.
O POVO mostrou que, entre 1º janeiro de 2024 e 30 de setembro de 2025, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) contabilizou 219 eventos nos quais facções criminosas expulsaram moradores de suas casas no Ceará, sendo a maioria em Fortaleza.
Na Capital, foram computados 143 eventos com expulsões de moradores. Ao todo, a SSPDS registrou deslocamentos forçados em 49 bairros de Fortaleza. As regiões que lideram as expulsões, com 16 ocorrências cada, foram Ancuri e José Walter.
As informações são de um relatório do Núcleo de Inteligência Policial (Nuip), do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da Polícia Civil do Ceará (PC-CE). Conforme o relatório, “nos últimos meses”, houve um “crescimento significativo, especialmente nas periferias de Fortaleza” dos casos de deslocamentos forçados.
Essa movimentação estaria relacionado com a expansão das facções fluminenses Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP) perante “territórios estratégicos”. (Colaborou Lucas Barbosa)
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