Ataque em escola de Fortaleza: adolescente vai para centro socioeducativo
Inicialmente, o estudante deverá ficar 45 dias internado em uma unidade socioeducativa, até que a Justiça decida se ele cumprirá ou não medidas socioeducativas
09:07 | Dez. 06, 2025
A 5ª Vara da Infância e da Juventude determinou a internação provisória do adolescente de 15 anos que lesionou um colega, um professor e uma coordenadora do colégio Christus Sul III, localizada no bairro José de Alencar, em Fortaleza. O caso ocorreu na terça-feira, 2 e a decisão foi tomada na quarta-feira, 3.
O POVO apurou que, ao tomar a decisão, o juiz Epitácio Quezado Cruz Júnior levou em consideração que o ato infracional atribuído ao adolescente é grave e que, por isso, a internação se mostra necessária, principalmente, para a garantia da ordem pública.
Inicialmente, o estudante deverá ficar recolhido por 45 dias em uma unidade socioeducativa, até que seja decidido se ele precisará cumprir ou não medidas socioeducativas, que poderão chegar até a três anos de duração.
A Justiça ainda determinou que seja apurado o vazamento do depoimento prestado pelo adolescente à Polícia Civil após ser apreendido. O POVO constatou que uma versão editada da oitiva passou a circular nas redes sociais, expondo, inclusive, o nome dele — o que é proibido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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Uma página no Instagram chegou a publicar uma foto do estudante, postagem que era acompanhada de um trecho editado do depoimento e do nome completo do suspeito. O Ministério Público Estadual (MPCE) pediu à Justiça a exclusão da página responsável pela divulgação.
A Polícia Civil apreendeu o celular do jovem e deverá realizar a extração dos dados telemáticos visando apurar as demais circunstâncias do ataque. Todos os feridos já tiveram alta.
A coordenadora foi lesionada no ombro esquerdo, enquanto o professor foi atingido no tórax e no ombro esquerdos. Já o estudante ferido foi alvo de mais de dez golpes, que atingiram as costas, o rosto, as pernas e os braços da vítima.
O POVO apurou que o estudante atacado foi escolhido de forma aleatória. Agressor e vítima não eram próximos e não tinham desavenças entre si. O estudante apreendido também disse que não sofria bullying e que estava arrependido.
O agressor foi dissuadido por um professor, que o conteve após conversar com o jovem. Após a dissuasão, a Polícia Militar do Ceará (PM-CE) foi acionada e conduziu-o até a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA).
Na DCA, ele foi autuado por ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio qualificado pelo motivo fútil e emboscada/recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.