Chacinas da Sapiranga e do Forró do Gago: três réus são julgados nesta quinta-feira, 18

Julgamentos acontecem no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. Os crimes vitimaram pelo menos 20 pessoas em episódios ocasionados por conflito entre facções criminosas, na Capital, nos anos de 2018 e 2021

15:28 | Set. 18, 2025

Por: Mirla Nobre
Julgamentos ocorrem pelo Poder Judiciário Cearense no Fórum Clóvis Bevilaqua, em Fortaleza (foto: Divulgação/TJCE)

Começou na manhã desta quinta-feira, 18, no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, os julgamentos dos réus envolvidos nas chacinas da Sapiranga e do Forró do Gago. Três acusados estão sendo submetidos a júri popular pelos crimes que resultaram na morte de seis pessoas, em 2021, e 14, em 2018, na Capital.

O primeiro júri, da chacina da Sapiranga, teve início às 9 horas, com os réus Nilson Lima Nogueira Filho e Vinícius Rian Inácio da Silva sendo julgados. Eles são acusados de envolvimento no episódio que resultou na morte de seis pessoas e em cinco tentativas de homicídio, no bairro Sapiranga, em Fortaleza, em dezembro de 2021.

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São os primeiros acusados a irem a julgamento. Ao todo, 23 réus foram pronunciados pelo Juízo da 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza, que preside a sessão. Na ocasião, foram sorteados os jurados que decidirão pela condenação ou absolvição.

Os demais réus deverão ser submetidos a julgamento quando a sentença de pronúncia, decisão que encaminha o acusado para o júri popular, transitar em julgado, ou seja, quando não houver mais a possibilidade de recursos.

O julgamento acontece após ter sido adiado. Antes, o júri estava previsto para ocorrer no dia 14 de agosto desde ano. O Poder Judiciário informou, na época, que o adiamento aconteceu devido à necessidade de atualização no sistema eletrônico utilizado para a tramitação dos processos.

O crime aconteceu na madrugada do dia 25 de dezembro de 2021, noite de Natal. Os ataques foram nas áreas do Campo do Alecrim e Fronteira, no bairro Sapiranga, regiões dominadas, na época, pela facção Comando Vermelho (CV). O crime aconteceu diante de um conflito entre as facções criminosas.

Segundo réu da chacina do "Forró do Gago" é julgado

O segundo réu a ser julgado pelo envolvimento na chacina do Forró do Gago, considerada a maior chacina do Ceará, foi submetido ao Conselho de Sentença da 2ª Vara do Júri de Fortaleza, onde tramita o processo. O júri teve início a partir das 8h30min desta quinta.

Ayalla Duarte Cavalcante é acusado de participar da ação criminosa que resultou em 14 homicídios e pela tentativa de homicídio de outras 15. A ação criminosa aconteceu dentro de uma casa de show, conhecida como “Forró do Gago”, no bairro Cajazeiras, em janeiro de 2018.

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O primeiro acusado julgado por envolvimento na chacina foi condenado a 790 anos e quatro meses de prisão pela Justiça do Ceará, em maio deste ano. Ednardo dos Santos Lima foi submetido ao júri popular em uma sessão que durou mais de 15 horas.

Além de Ednardo e Ayalla, o processo ainda tem outros sete nomes de pessoas pronunciadas pelo crime, mas a denúncia aponta 15 envolvidos. Entre os sete restantes, um morreu e seis foram impronunciados. Caso surjam novas provas, ela poderá voltar a responder pelo delito.

As 14 vítimas tinham entre 17 e 55 anos. Os criminosos foram acusados de invadir a casa de show e atirar contra os presentes no local. O caso teria sido motivado por disputa territorial de facções rivais.

A região era apontada como território da facção Guardiões do Estado (GDE) e teria sido atacada por membros do Comando Vermelho (CV).