Acusado de chefiar facção em Fortaleza teria proibido moradores de seguir páginas policiais
MP denunciou Álvaro Luiz Lima da Silva por integrar o Comando Vermelho do Parque Santa Maria. Ele ainda é investigado por homicídios ocorridos na região
22:06 | Set. 10, 2025
O Ministério Público Estadual (MPCE) denunciou, na sexta-feira, 5, um homem que é apontado como o chefe da facção criminosa Comando Vermelho (CV) em uma comunidade conhecida como "Favela das Cobras", localizada no bairro Parque Santa Maria, em Fortaleza.
Álvaro Luiz Lima da Silva, o "Alvim", de 23 anos, foi preso em 26 de agosto, ocasião em que foi autuado na Lei de Organizações Criminosas. Contra ele, também havia um mandado de prisão temporária por um homicídio ocorrido em 10 de agosto passado também no Parque Santa Maria.
Além disso, no procedimento policial instaurado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), consta que Álvaro seria “mentor e responsável por roubos de cargas na região”.
Informações compartilhadas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) relacionam Álvaro a ameaças a que moradores do Parque Santa Maria teriam recebido por seguir páginas de notícias policiais nas redes sociais.
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Um “salve” assinado pelo CV, ao qual a especializada teve acesso, afirmava que moradores que seguissem “página de polícia” seriam tratados como “cabueta”.
“Quem não quer tá passando por esse constrangimento”, prossegue o comunicado, “a partir de hoje já deixa de seguir porque se nós souber que qualquer morador estiver seguindo nós vai tá chegando junto" (Sic).
Um colaborador informou a Draco que, “provavelmente”, as pessoas identificadas como “Alvim”, “Papel” e “PC” seriam as responsáveis pelo salve. Confira o salve na íntegra:
Álvaro também também é suspeito de envolvimento na morte de Josivan Honorato Pereira, crime ocorrido em 10 de agosto no Parque Santa Maria. A vítima foi encontrada morta em um terreno do bairro com lesões causadas por disparos de arma de fogo.
Uma testemunha afirmou que Josivan passou por uma sessão do chamado “Tribunal do Crime”, da qual participaram quatro pessoas, incluindo Álvaro — a quem cabia o comando. Josivan era acusado de ter tentado matar a tiros um homem, o que teria desagradado os faccionados do local.
Ainda conforme a testemunha, em determinado momento, Josivan tentou fugir correndo, mas foi baleado por Álvaro nas costas. Também consta no procedimento instaurado pela Draco que Álvaro participou de um atentado há cerca de dois meses no bairro Jangurussu.
Além disso, ele foi preso durante as diligências realizadas pelas Forças de Segurança por ocasião do assassinato de um casal no Jangurussu na madrugada do dia 26 de agosto.
“Ainda segundo o condutor, os populares informaram que um duplo homicídio teria sido praticado por criminosos da Favela das Cobras, sendo Álvaro liderança na referida área e incomum que a prática de execuções ocorram sem a autorização ou ciência de líderes”, afirmou o MPCE na denúncia.
A Vara de Delitos de Organização Criminosa ainda decidirá se aceita ou não a peça acusatória. O POVO não localizou a defesa do acusado na noite desta quarta-feira, 10.
Atualizada às 08h59min desta quinta-feira, 11