Fundador de facção cearense está foragido após romper tornozeleira eletrônica

Fundador de facção cearense está foragido após romper tornozeleira eletrônica

Yago Steferson Alves dos Santos quebrou o aparelho de monitoramento em 14 de dezembro último. Desde então, ele é investigado por, pelo menos, dois homicídios

Um homem apontado como um dos fundadores da facção criminosa cearense Guardiões do Estado (GDE) é considerado foragido da Justiça. Yago Steferson Alves dos Santos, conhecido como Yago Gordão, quebrou, no último dia 14 de dezembro, a tornozeleira eletrônica que o monitorava, estando em liberdade desde então.

Na última terça-feira, 28, um mandado de prisão em desfavor de Yago Steferson foi expedido pela Justiça, informou a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP). Conforme a pasta, o rompimento da tornozeleira foi informado ao Poder Judiciário em 17 de dezembro.

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“É pertinente esclarecer que, a partir do momento em que o SAC24 identificou que o equipamento estava com bateria baixa, foram enviados automaticamente e sucessivamente sinais de alertas luminosos, vibratórios e sonoros (bip+vibração), diretamente à tornozeleira eletrônica, como maneira de advertir para tomar as providências para o regular funcionamento do dispositivo conforme fora orientado quando do momento da instalação”, informou a SAP à 3ª Vara das Execuções Penais de Fortaleza.

“Verifica-se, portanto, diante da conjuntura que a função precípua de fiscalização de YAGO STEFERSON ALVES DOS SANTOS, foi comprometida, razão pela qual o equipamento TZPR nº 4202103857 passou ao status de ‘desabilitado/descontinuado’ junto ao Sistema de Monitoração Eletrônica de Pessoas”.

Yago Steferson estava preso desde 2018 quando foi localizado em Natal (RN) pelos policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Além do crime de integrar organização, ele responde a acusações de tráfico de drogas e homicídios.

Yago Steferson é apontado como integrante da Sétima Coluna, instância máxima de poder dentro da GDE. Em 2018, ao depor à Draco, ele confessou fazer parte do comando da facção, assim como forneceu detalhes de como o grupo foi criado e como funcionava.

Yago também afirmou ter influência na criminalidade nos bairros Jardim Fluminense, Parque Santa Rosa, Conjunto Esperança, Aracapé e Alto Alegre (este último, em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, os demais, em Fortaleza).

Chefe de facção é investigado por homicídios após romper tornozeleira

É justamente nessa região que ocorreram, recentemente, dois homicídios pelos quais Yago vem sendo investigado pela Polícia Civil. Em 29 de novembro, o motorista Gleidson de Sousa Lucena, de 39 anos, foi assassinado a tiros dentro da própria casa no bairro Novo Mondubim.

Conforme a investigação policial, Gleidson foi morto por engano. O verdadeiro alvo dos criminosos seria um vizinho dele. Uma testemunha ouvida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) afirmou que o crime foi cometido a mando de Yago Steferson.

A fonte disse ter “ouvido falar” que o verdadeiro alvo da ação teve a morte decretada “em razão de ter recebido um recado da liderança da facção”, mas se negado a fazer. A mesma testemunha afirmou que, em 14 de dezembro, Yago mandou matar uma pessoa no Parque Santa Rosa, mas o executor, após entrar em luta corporal com o alvo, teve a arma tomada e foi morto a tiros.

Uma outra testemunha afirmou que Yago Steferson também foi o mandante do assassinato de Fellype Abdoral Sales Oliveira, em 3 de dezembro, na Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga3). “F” ou “Águia” também tinha posição de comando na GDE, mas foi “decretado” pela própria facção.

As motivações para esse homicídios ainda não foram esclarecidas. A testemunha ouvida pelo DHPP afirmou haver uma ruptura interna dentro da GDE e os dois homens com maior poder de mando na facção, Yago Steferson e Barrinha (apelido de Francisco de Assis Fernandes da Silva) tornaram-se rivais.

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Facções Criminosas

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