Homem que matou mulher no Centro diz que queria ser preso por estar morando na rua

Kassandro de Góes, de 19 anos — o homem que acionou a Polícia para confessar ter assassinado uma garota de programa de 24 anos, no Centro de Fortaleza — afirmou em depoimento à Polícia Civil que "queria ser preso porque estava morando na rua". Ele ainda disse que, inicialmente, havia pensado em matar outra garota de programa com quem havia feito sexo mais cedo.

AVISO DE GATILHO

A partir do próximo parágrafo, o texto descreve situações que podem ser consideras gatilho.

Conforme o seu relato, Kassandro chegou ao Centro por volta das 7 horas e decidiu contratar os serviços de garotas de programa da rua Melvin Jones. Após fazer sexo com uma mulher a quem ele se referiu como “branquinha”, o homem disse que ficou “rodando pelo Centro” até vender o próprio celular por R$ 150 para comprar uma faca. Kassandro confessou que comprou a arma pois teve vontade de matá-la.

Por volta das 13 horas, ele voltou ao prédio. Nesse meio tempo, porém, passou uma "morena", com quem ele foi para o quarto. Após manterem relações sexuais, Kassandro disse que, ao ser cobrado pelo programa, não ia dar dinheiro para ela.

A mulher foi, então, tomar banho; havia sido no banheiro que Kassandro escondera a faca. Ele entrou no banheiro, pegou a faca, mas não a apontou para a vítima. Diante da situação, ela convidou-o para continuar a ter relações sexuais, mas Kassandro passou a esfaqueá-la, tendo também agredido-a com um soco e um chute no rosto.

A vítima conseguiu sair do banheiro, mas Kassandro a esfaqueou no pescoço mais duas vezes. O homem relatou que foi tomar banho após ver que a mulher não estava mais se mexendo.

Só então, ele acionou a Polícia. No depoimento, Kassandro ainda disse que matou a vítima porque esta o pediu o dinheiro antes dele ejacular. Por fim Kassandro, ainda afirmou que integrou uma facção criminosa, mas que saiu da organização "porque estava devendo muito dinheiro".

Testemunhas dão mais detalhes sobre o crime

Os policiais militares que atenderam à ocorrência afirmaram que, quando Kassandro os guiava para mostrar o corpo da vítima, eles passaram pela garota que atendeu o acusado pela manhã. Ela afirmou aos policiais que, durante a relação, ele pediu para que ela tirasse fotos nuas com ele, o que foi negado.

Uma outra profissional que trabalhava no prédio onde o crime ocorreu ainda disse que, por volta das 8 horas, ela percebeu um "homem estranho" observando-a. Por volta do meio-dia, ele apareceu em sua sala perguntando sobre os valores de seu serviço. Ela negou atendê-lo, pois percebeu que Kassandro estava "nervoso" e, após ele sair, a mulher trancou a porta.

Kassandro foi autuado em flagrante por feminicídio e teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia. Ele agora aguarda denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE), que tem dez dias para apresentar a acusação.

O POVO opta por não divulgar o nome da vítima para preservar sua imagem. 

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