Familiares e amigos se despedem do jornalista Tertuliano Siqueira

Jornalista teve falência múltipla dos órgãos. O sepultamento está marcado para às 16 horas, no cemitério Parque da Paz

O velório do ícone do rádio e jornalismo cearense Tertuliano Petter Siqueira foi realizado na manhã desta terça-feira, 7, na Funerária Ethernus, em Fortaleza. Ele morreu nessa segunda-feira, 6, aos 72 anos, devido a uma falência múltipla dos órgãos. O sepultamento está marcado para às 16 horas no cemitério Parque da Paz.

Com 20 anos de atuação no O POVO, Tertuliano foi redator do jornal e também exerceu o cargo de coordenador de jornalismo na rádio do Grupo de Comunicação O POVO.

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Paciente renal crônico, nos últimos dez anos Tertuliano fazia, três vezes por semana, hemodiálise. O profissional ainda sofria com outras comorbidades, como cardiopatia, que o fez chegar a usar dois stents no coração (tubo feito de metal utilizados para restaurar o fluxo sanguíneo).

O jornalista ainda foi acometido por um tumor no rim. De acordo com a família, anos atrás os médicos chegaram a dar a opção de um transplante. Tertuliano, contudo, optou por não realizar o procedimento e continuar com o tratamento.

“Ele sempre foi um homem muito forte, cheio de coragem. Ele lutava e não se entregava. Era um homem que tinha uma força inabalável, uma vontade de viver muito grande”, diz Brunna Siqueira, filha dele.

Além de Brunna, Tertualiano teve duas filhas e um filho.

Carreira no O POVO

Tertuliano, conhecido entre os colegas como "Tertu", era um exemplo de comunicador. Autodidata, o jornalista iniciou a carreira aos 17 anos na TV Tupi do Rio de Janeiro. Contudo, ficou pouco tempo no estado até retornar ao Ceará.

No O POVO, Tertuliano trabalhou no jornal impresso e na Rádio AM do Povo 1010. No veículo de comunicação, teve destaque como redator do programa de rádio "Patrulha Policial", além de também participar do programa "Debates do Povo". Por causa do sucesso, chegou a ser conhecido como “Papa do Rádio”.

“Trabalhei com Tertuliano no início dos anos de 1990. Na época, ele havia levado o teatro para o rádio com artistas locais como Hiramisa Serra e Djacir Oliveira. Ele era muito bem humorado, embora não parecesse. Tinha um pleno conhecimento de como se comunicar pelo rádio. Criava diálogos incríveis. O texto dele era excelente”, relata a jornalista Regina Ribeiro, que também trabalhou na rádio do O POVO.

Segundo a colega de profissão, chamava atenção o carinho que ele demonstrava pelos filhos e a admiração dele pelo escritor Nelson Rodrigues. “Tinha também uma máxima com a qual ele recepcionava os recém-chegados à rádio: ‘Aqui é assim: aos amigos, tudo. Aos inimigos, os rigores da lei’. Depois, descobri que era só uma brincadeira. Aprendi muito sobre rádio no pouco tempo que trabalhei com ele”, afirma.

Jornalista e radialista, chegou a ser conhecido como Tertu
Jornalista e radialista, chegou a ser conhecido como Tertu Crédito: Arquivo Pessoal/Reprodução

Para Maryllenne Freitas, que também trabalhou com Tertuliano na Rádio O POVO, a companhia com o jornalista foi uma lição de ética de como exercer os princípios básicos do jornalismo. “Aprendizado, gratidão, respeito e amizade pelo meu mestre, Terto. Esses são os meus sentimentos por ele. Foram anos de convivência na AM do Povo. Falo de paixão, pois era esse o clima que existia na redação, na equipe de profissionais coordenada por Tertuliano Siqueira”, comenta.

“A saudade, neste momento, nos machuca, mas os ensinamentos que deixou em cada pessoa com quem esteve com ele, seja profissionalmente ou na vida pessoal, serão sempre lembrados. Terto nos mostrou caminhos de como fazer radiojornalismo, de como vivermos com emoção e intensidade. Grande mestre, grande amigo!”, conclui Maryllenne.

Legado na comunicação cearense

Na década de 1980, iniciou carreira no marketing político e participou de cinco campanhas vitoriosas consecutivas, entre elas a primeira campanha do ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati, em 1987.

Além disso, chegou a ser dono da rádio FM Canoa Quebrada e ajudou a fundar a primeira TV Comunitária do Brasil: a TV Maré. O jornalista ainda atuou na Rádio Verdinha 810, na TV Educativa do Ceará e na TV Jangadeiro.

Mesmo após impossibilitado de continuar a carreira por conta da doença, o jornalista se manteve realizando o que mais gostava: escrever. A despedida final a Tertuliano Siqueira acontece neste dia 7 de novembro, data onde se celebra o Dia do Radialista.

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