Moradores denunciam violência policial no Jangurussu

"Nós só queremos paz, estamos cansados de apanhar e sofrer", afirma moradora após denunciar agressão policial na noite de terça-feira, 10

Moradores do residenial José Euclides, localizado no Jangurussu, denunciam uma noite de terror em razão de violência policial, na terça-feira, 10. De acordo com relatos ouvidos pelo O POVO, policiais militares teriam entrado no residencial, forçado as portas e agredido moradores. A situação teve aproximadamente três horas de duração. 

De  acordo com uma moradora, de nome preservado, por volta das 22 horas policiais militares começaram a forçar o portão de sua casa. "Eu abri a porta perguntando o que era isso e me deparei com o policial com a lanterna na minha cara. E ele perguntava quem mora ai e eu respondi que eu, meu esposo e meus filhos. Ele perguntou se respondia a alguma coisa e meu marido respondeu que não", relatou. 

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

"Eles ficaram perguntando se a gente tinha visto alguma movimentação. Eles ficaram forçando as portas e abriram a porta da minha vizinha. Teve uma agressão contra dois jovens e eles muito agressivos, debochando dos cidadãos", relata. 

 

Outra moradora, também de nome preservado, afirma que os policiais estavam com uma chave abrindo as portas. "Eles vieram abordar os blocos, mas não estavam pedindo permissão. Eles bateram no meu cunhado, deram chutes e murros, tentaram entrar na minha casa com minhas filhas aqui dentro. Como não permitimos, eles invadiram com essa chave que eles têm. Bateram no meu cunhado e ele está todo machucado", denuncia. 

A moradora enviou imagens da porta da casa que teria sido forçada e das crianças dentro da residência, incluindo um recém-nascido. "Nós só queremos paz, estamos cansados de apanhar e sofrer", diz a moradora. 

Conforme outro morador, a população tem vivido diversos casos de violência em razão de uma guerra territorial e enfrenta agora a violência da Polícia. "Tudo aconteceu depois da festa do Dia das Crianças na comunidade e os moradores estão assustados com mais essa ação truculenta", afirma. 

Há três dias uma mulher foi morta e cinco pessoas foram baleadas no Jangurussu. O crime foi motivado pela disputa de território entre facções criminosas. 

A Controladoria Geral de Disciplina informou que as diligências em torno da ocorrência estão sendo realizadas a fim de apurar os fatos. 

Conforme a CGD, existem canais de recebimento de denúncias, reclamações e representações sobre atos que possam configurar desvio de conduta por parte dos agentes de segurança. 

Qualquer pessoa pode comparecer à sede da CGD, na rua Pessoa Anta, número 69 ou em alguma das células regionais, em Juazeiro do Norte, Sobral, Quixadá e Tauá. E ainda a Ouvidoria Geral do Estado, por meio do número 155. 

 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Segurança Pública Ceará. Jangurussu Ceará violência policial Ceará

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar