Morre Cleto Pontes, psiquiatra e membro fundador da Associação de Psiquiatria do Ceará

Psiquiatra tinha 70 anos. Ele era professor aposentado da Universidade Federal do Ceará, onde foi docente por 28 anos, e era articulista do jornal O POVO há 30 anos

Morreu nesta nessa terça-feira, 4, o psiquiatra cearense Cleto Brasileiro Pontes, aos 70 anos, vítima de agravamento de uma pneumonia. O médico era professor aposentado do Departamento de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), membro fundador da Associação de Psiquiatria do Estado do Ceará (Apec) e articulista do O POVO há 30 anos. Ele deixa a esposa, Albanisa Lúcia, três filhas e três netos. 

Cleto também era diretor da Clínica Psiquiátrica da Aldeota, coordenador do Centro de Estudos Vandick Ponte e membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. 

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João Dummar, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), vice-presidente da Apec e cunhado de Cleto, afirma que o médico era muito dedicado à família e uma de suas características mais marcantes era "a alegria de viver, de compartilhar, de festejar o espaço familiar". 

"É uma grande perda para a psiquiatria. Ele foi totalmente dedicado, foi professor da UFC por 30 anos. Deu uma colaboração importantíssima, com 30 livros sobre suicídio, dependência químicas, esquizofrenia. Além das participações nos congressos de psiquiatria do mundo inteiro", ressalta sobre a trajetória acadêmica.

Para João Dummar, o falecimento de Cleto "vai deixar uma grande lacuna". "Ele realmente representava muito bem o espírito do cientista e do escritor, juntava as duas coisas. Acredito que ele tenha cumprido plenamente sua missão", acrescenta. 

Albanisa Lúcia fala que o esposo, com quem foi casada por 38 anos, era um líder e tinha um "carisma" como médico. "Continuava com o mesmo desejo de viajar, de conhecer o mundo. Estava com projetos, ia para o sul da Itália no fim do ano. Uma presença marcante na vida de todos", lembra. 

Escrever os artigos para O POVO era um "ritual". "Ele dizia: 'Qual o assunto que vamos discutir essa semana?'. Às vezes, vinha com uma ideia pronta. Já fazia parte do nosso cotidiano. Era algo que alegrava muito ele, principalmente depois que deixou de ensinar. Uma atividade intelectual que ele tinha prazer", diz.

Para Guálter George, diretor de Opinião, Cleto tinha "um olhar útil, único, em muitos aspectos necessário, que, nas colaborações dos últimos anos ao O POVO ajudava a entender muito do que acontecia no cenário do País, especialmente a partir de suas causas". 

A perda de Cleto Pontes, para o jornalista, "é daquelas que se pode definir como irreparáveis, especialmente quando se considera o contexto no qual acontece". "Pela pessoa, em si, mas também pelo que deixará de lacuna no debate político que, sem ele, fica desfalcado de abordagens que consideravam uma forma muito própria de enxergar os fatos e de analisá-los", diz.

Carmen Lúcia Dummar, irmã de Albanisa, compartilha que o cunhado Cleto era muito preocupado com a formação e o futuro das filhas. "Era um pai muito preocupado que elas estudassem, se preparassem". A preocupação para que as filhas fossem independentes era um "aspecto muito forte nele".

Ela frisa o beneficio proporcionado pelo psiquiatra a "tantas famílias cearenses", pois conseguiu tirar muitas pessoas de situações difíceis com o exercício da profissão. "Ele estudou na França, fez estágio na Itália. Com todo esse conhecimento, tinha uma forma de identificar a questão certa em cada paciente. Ler cada pessoa, entender as pessoas", relaciona. 

"Diante da lamentável partida do Prof. Cleto Brasileiro Pontes, a UFC se solidariza com seus familiares, amigos e colegas", publicou a Universidade em nota de pesar.

A Associação de Psiquiatria do Estado do Ceará lançou nota de pesar na qual "lamenta profundamente o falecimento do colega e amigo" e "se solidariza com familiares e amigos". Segundo a entidade, Cleto "contribuiu para o crescimento da psiquiatria no Estado do Ceará".

Trajetória acadêmica do psiquiatra Cleto Pontes

Professor Cleto graduou-se em Medicina pela UFC em 1976. Ele continuou seus estudos de pós-graduação na França: é mestre em Medicina pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (1980) e doutor em Medicina pela Université Lumière Lyon 2 (1987). Sua admissão como professor do magistério superior na UFC ocorreu em 1º de março de 1985, aposentando-se em 18 de janeiro de 2013. (Colaborou Alexia Vieira)

Serviço

Velório Cleto Pontes

Local: Funerária Ternura
Endereço: Rua Padre Valdevino, 2255 - Aldeota
Quando: 5/7 (quarta-feira)
Horários:
Início do Velório às 8h
1ª missa - 10h
2ª missa - 18h

Encerramento: 19h30min no Crematório Parque Anjo da Guarda (avenida Dionísio Leonel Alencar, 1652, Ancuri)

 

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