Fraudes em caixas eletrônicos: prejuízo em Fortaleza é de mais de R$ 1 milhão

PF identificou, por meio de imagens de câmeras, que aproximadamente 20 pessoas estão envolvidas no esquema criminoso

Criminosos adulteraram caixas eletrônicos em cinco bairros de Fortaleza e causaram prejuízo de R$ 1,3 milhão aos cofres da Caixa Econômica Federal, conforme a Polícia Federal (PF).

Nesta quarta-feira, 14, houve a deflagração da operação "Vintém", com o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em Fortaleza, na casa de um suspeito que prestava serviço à instituição bancária. 

A ação foi registrada pela primeira vez no Ceará e tornou-se alvo de investigação. A PF não informou o nome dos bairros na Capital onde houve as fraudes em caixas eletrônicos.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Há indícios de fraudes em caixas eletrônicos pelos criminosos em outros dois estados, São Paulo e Rio de Janeiro. No total, o esquema retirou R$ 1.700.296 em saques indevidos, estima a PF. 

De acordo com o chefe da Delegacia de Crimes Cibernéticos da PF, delegado Victor Mesquita, no primeiro trimestre deste ano, a Caixa Econômica verificou mais de 900 saques em caixas eletrônicos, em três dias.

Valor que era contabilizado nos saques era de R$ 20, no entanto, os valores que eram retirados dos equipamentos eram de R$ 2 mil. Em um só dia, as agências bancárias contabilizaram 700 saques.

LEIA MAIS: PF investiga suspeitos de captar senhas de servidores no Ceará

"É um esquema engenhoso, complexo e trabalhoso. São diversas agências no Ceará, em Fortaleza, fora do estado também, mas a maioria de todo o esquema é no Ceará. Foram 700 saques no Ceará", ressalta o delegado.

Em nota, a Caixa informou que presta colaboração à Polícia Federal e aos demais órgãos de segurança pública em suas investigações e operações. "A Caixa ressalta que aperfeiçoa constantemente os critérios de segurança, observando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a ocorrência de fraude", acrescenta.

Criminosos "infectaram" caixas eletrônicos em 5 bairros de Fortaleza

O delegado da PF Victor Mesquita explica que os caixas eletrônicos eram "infectados" por programas maliciosos, ou seja, a programação dos equipamentos era  adulterada. Em Fortaleza, há registro de fraudes em caixas eletrônicos em cinco bairros, com prejuízo de R$ 1,3 milhão. 

Victor ressalta que as investigações começaram em março, quando foram apuradas as informações técnicas fornecidas pela instituição bancária, além da comparação das imagens do circuito de segurança das agências.

O trabalho dos policiais federais verificou o que havia de comum nas imagens e identificou o suspeito de adulterar os caixas eletrônicos nos terminais de atendimento eletrônico da Caixa.

"Visualizamos mais de 20 pessoas envolvidas com máscaras, chapéus, essas pessoas tentam se esconder", destaca o delegado.

Fraude em caixas eletrônicos: homem que prestava serviço à Caixa é alvo da PF

O alvo do mandado de busca e apreensão da Polícia Federal em Fortaleza, nesta quarta-feira, 14, é um profissional que prestava serviço de manutenção à Caixa Econômica Federal.

A PF não afasta a possibilidade de servidores envolvidos nas fraudes em caixas eletrônicos. Apesar de prestar serviço terceirizado, o delegado Victor Victor Mesquita informou que o suspeito pode responder pelo crime de peculato da mesma forma que um servidor.

Conforme o delegado, há investigação da atuação da organização criminosa que articulou esse crime milionário, e, dessa forma, a PF pretende elucidar todas as questões técnicas, de operacionalização, esquema de lavagem de dinheiro e ações de fraude em caixas eletrônicos.

O delegado Victor Mesquita repassou ainda que não há vítimas diretas no golpe de fraude em caixas eletrônicos. As contas utilizadas não possuem movimentação, seriam contas de "laranjas".

Leia a nota da Caixa, na íntegra:

"A CAIXA informa que a ação criminosa em que há atuação afim de manipular equipamentos de informática (ATM) para gerar saques fraudulentos, foi identificada pelo monitoramento de segurança da empresa e encaminhado ao Departamento de Policia Federal para investigação.

O banco presta colaboração à Polícia Federal e demais órgãos de segurança pública em suas investigações e operações. Essa atuação conjunta contribui para operações exitosas, como a realizada nesta quarta-feira (14/06) na Operação Vintém.

Informações relacionadas aos casos de fraude e às ações realizadas pela área de segurança do banco para investigar e coibir ações criminosas possuem caráter sigiloso, sendo repassadas apenas às autoridades policiais e de controle, tendo em vista risco de comprometimento de investigações criminais em andamento.

A CAIXA ressalta que aperfeiçoa constantemente os critérios de segurança, observando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a ocorrência de fraudes. Adicionalmente, esclarecemos que a CAIXA possui estratégia, políticas e procedimentos de segurança para a proteção dos dados e operações de seus clientes e dispõe de tecnologias e equipes especializadas para garantir segurança aos seus processos e canais de atendimento.

Orientações de segurança podem ser consultadas no site da CAIXA: www.caixa.gov.br/seguranca."

Atualizada às 13h34min de quinta-feira, 15 de junho

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Polícia Federal Ceará operação da PF delegacia de crimes cibernéticos operação Vintém da PF

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar