Cearense preso no Paraguai decretava homicídios no Jangurussu à distância

Polícia aguarda volta do suspeito ao Ceará, onde deve ficar detido no presídio de segurança máxima

José Renan Oliveira Marinho, 25, conhecido como "Formiga" e preso nesta quinta-feira, 15, no Paraguai, foi apontado pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) como mandante de diversos homicídios ocorridos em 2022 no Jangurussu, bairro de Fortaleza. As mortes aconteceram em meio ao racha entre membros da facção Guardiões do Estado (GDE). Pelo menos 46 homicídios que foram registrados na área da Grande Messejana teriam envolvimento do suspeito.

Em fevereiro, o cunhado de Formiga, Josenildo Marques Palhano, o Sal, foi assassinado. A Polícia aponta que Josenildo era um dos chefes da GDE e discordou de uma aliança buscada por outras lideranças da facção cearense com o Terceiro Comando Puro (TCP), organização criminosa do Rio de Janeiro.

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Depois da morte, o conflito foi instaurado nos territórios da facção, e Formiga teria buscado vingar a morte do familiar e se juntado ao grupo conhecido como “Massa”. Em poucos dias, outros homicídios e uma chacina no bairro Lagamar foram realizados em retaliação, conforme a Polícia.

De acordo com o delegado Harley Filho, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a Polícia dificultou a ação de Formiga no Ceará. Com isso, o delegado relata que o suspeito partiu para a cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, para “buscar espaço no tráfico de drogas”. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa realizada na sede da PC-CE, em Fortaleza, nesta sexta-feira, 16.

Depois de ser alvo de uma operação policial e de um mandado de prisão por homicídio em Minas Gerais, em setembro, José Renan mudou para Paraisópolis, em São Paulo. A Polícia cearense ainda não identificou as ações do suspeito na cidade.

No fim de novembro, Formiga atravessou a fronteira e foi viver no Paraguai, onde foi preso com outros dois brasileiros em um bairro de classe média na cidade de Salto Del Guaira. Também ainda não há informações concretas sobre o objetivo da ida do suspeito ao país.

A operação realizada pela PC-CE teve auxílio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia paraguaia. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) deve pedir o recambiamento do preso para o Estado, onde deverá seguir detido na Unidade Prisional Estadual de Segurança Máxima.

Também será feito um pedido jurídico de cooperação internacional para acessar os aparelhos eletrônicos apreendidos pela Polícia paraguaia junto aos homens. Formiga responde por homicídios, tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, ameaça, porte ilegal de arma de fogo e por integrar organização criminosa.

Conflitos afetam moradores de residenciais

Desde o início do racha da GDE, em fevereiro, os conjuntos habitacionais Maria Tomásia e José Euclides, no Jangurussu, sofrem com a insegurança. Pelo menos 20 famílias foram expulsas de suas casas por membros de facções criminosas no início do ano, conforme a Polícia.

Neste mês de dezembro, novos conflitos voltaram a prejudicar a segurança dos moradores. Tiroteios e homicídios foram registrados desde a primeira semana do mês. O delegado Harley Filho confirmou que os crimes recentes têm a ver com a atuação do grupo criminoso integrado por Formiga.

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