Documentos históricos mostram passagem de Padre Cícero pelo Seminário da Prainha

Com a autorização por parte do Vaticano para o processo de beatificação do cearense Padre Cícero Romão Batista, a imagem do religioso ganha ainda mais repercussão. Em um evento apresentado na Faculdade Católica de Fortaleza (FCF), na última quarta-feira, 31, foram mostrados documentos históricos da passagem dele pelo antigo Seminário da Prainha, em Fortaleza. 

No livro de matrículas está assinalado o nome do Padre Cícero, e o registro relata que ele foi dispensado de obrigações financeiras no Seminário. Em troca disso, deu aulas de latim na instituição.

Situado no centro histórico da Cidade, o Seminário da Prainha foi uma instituição católica de formação eclesiástica da Arquidiocese de Fortaleza. A sede do Seminário serviu para a formação de padres e religiosos. Atualmente, o imóvel que antes abrigava os seminaristas é onde fica a Faculdade Católica de Fortaleza.

Mestre em Teologia e diretor acadêmico da FCF, o padre Tiago Geyrdenn diz que os objetos históricos pertencentes à instituição são relevantes pois carregam registros da história dos primeiros 50 anos do Seminário da Prainha.

”Dentre os objetos que nós temos, está o livro de matrículas e um álbum histórico das cinco décadas da fundação do Seminário”.

“Nós temos acesso a personalidades que se destacam não só no clero, mas também como personalidades da sociedade cearense: Capistrano de Abreu, Casimiro de Abreu e o jornalista José Joaquim Marrocos, primo do Padre Cícero e também seminarista”, explica o padre Tiago.

Ainda segundo o religioso, o Padre Cícero é uma figura que sempre despertou reações diversas.

“Com o distanciamento histórico nós podemos ver um viés de encantamento e rejeições. Há pessoas que o admiram e defendem a sua atuação, mas há também quem seja detrator da imagem do padre ao longo do tempo. O padre tinha uma proximidade com os ricos, mas uma forte atuação com os pobres.”

O reitor da Faculdade, padre Francisco Antônio Francileudo, contou que Cícero Romão Batista foi da segunda turma do Seminário da Prainha.

“Era um dos 60 alunos daquela instituição de ensino que perdura até hoje. A notícia de seu processo de beatificação é motivo de alegria para toda a comunidade acadêmica e um impulso para continuarmos nesta árdua missão de oferecer ensino de qualidade, não apenas para candidatos ao sacerdócio, mas agora para os interessados em geral”, declara.

Até o momento, a reportagem não conseguiu acesso aos álbuns que ilustravam os anos de Seminários da Prainha. A FCF informou que ainda está catalogando os registros para poder expor as imagens.

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