Uso de máscaras não é respeitado em terminais e ônibus de Fortaleza

Mesmo com ações realizadas em prol da conscientização da importância e da obrigatoriedade do equipamento, passageiros desrespeitam a medida

O uso obrigatório de máscaras no Ceará segue vigente em ambientes como terminais de ônibus, transportes coletivos e equipamentos de saúde, como hospitais, clínicas e Unidades de Pronto Atendimento. Entretanto, com o arrefecimento da pandemia e a aparente sensação de normalidade, o desrespeito à norma tornou-se uma constante.

Nas ruas da Cidade, facilmente é possível observar o não uso de máscaras por boa parte dos passageiros que utilizam o transporte coletivo. Na manhã desta segunda-feira, 22, muitas pessoas que transitavam pelo terminal da Parangaba não utilizavam o equipamento ou faziam o uso de forma incorreta.

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"Eu continuo me cuidando, mas muita gente já abandonou. Muitos motoristas avisam quando a gente entra no ônibus, mas o povo não liga", afirma o aposentado José Ivan, 70.

Em outro ponto do terminal, a dona de casa Meire Bernardino, 60, segue todos os cuidados sanitários, mantém o uso do álcool e faz uso de máscaras do tipo N95 quando precisa sair de casa. Ela explica que pretende adotar o uso do equipamento mesmo quando a pandemia chegar ao fim.

"Eu acho muito importante o uso da máscara, pra mim, já virou um costume. Acredito que é uma proteção contra muitas doenças que estão por aí", conta.

Na avaliação do epidemiologista Marcelo Gurgel, a questão comportamental é um dos fatores que influenciam na baixa adesão do uso de máscaras em locais que o equipamento ainda é obrigatório.

"Não temos a tradição japonesa, onde, ao primeiro sinal de uma contaminação viral, eles usam a máscara pensando em terceiros. Aqui, essa prática pouco existe", analisa.

Gurgel destaca que o uso de máscaras pelo brasileiro, em sua maioria, é adotado como uma medida de autoproteção.

Por fim, o especialista destaca que o fato de existirem formas eficazes de combate às doenças, como as vacinas, também favorece que a adesão à máscara diminua, pois há uma percepção coletiva da queda de gravidade da doença.

"Quando existem formas de evitar ou tratar a doença, a guarda das pessoas tende a cair, foi o que aconteceu com a Aids, por exemplo. Na hora que surgiram tratamentos efetivos, o número de adeptos do preservativo acabou caindo."

Para o infectologista Keny Colares, com a queda dos casos da quarta onda, a percepção do risco diminui e a população tende a se descuidar um pouco mais. O especialista avalia que, no momento, não há no horizonte a tendência de nenhuma nova variante que possa causar uma grande mudança no cenário atual.

"É natural que as pessoas flexibilizem aos poucos. Se não houver uma mudança no cenário, eu imagino que, nos próximos meses, essa obrigatoriedade da máscara tende a ir reduzindo."

Colares destaca que é natural que algumas pessoas sigam usando, porque o equipamento é eficaz contra várias doenças respiratórias.

Sobre o uso de máscaras nos terminais de ônibus, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) afirma que segue o decreto que determina a obrigação de uso do equipamento no interior do transporte coletivo, bem como nas plataformas dos terminais e estações.

De acordo com a nota da Etufor, para conscientizar a população sobre o uso das máscaras nestes espaços, a Prefeitura de Fortaleza realizou ações educativas durante o mês de julho. Além disso, há, nos terminais, cartazes de orientação, que reforçam a necessidade do uso de máscaras junto aos motoristas e passageiros, bem como sinalização nos coletivos.

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