Aedes aegypti: Conjunto Ceará e Granja Portugal têm mutirão contra arboviroses

Bairros receberam mutirão na manhã desta quinta-feira, 4. Em 2022, a Capital já registra 23.560 casos de arboviroses. A maioria é de chikungunya

Moradores dos bairros Conjunto Ceará I e II e Granja Portugal devem redobrar o cuidado com o Aedes aegypti. As áreas apresentam um alto índice de infestação pelo mosquito e de risco de adoecimento da população. Em 2022, a Capital já registra 23.560 casos de arboviroses, sendo 12.080 de chikungunya, 11.478 casos de dengue e dois de zika.

Vetor de transmissão das arboviroses urbanas mais comuns, o Aedes aegypti aproveita locais com água parada e limpa para se reproduzir. “De cada cinco focos de proliferação, quatro estão dentro das casas das pessoas. É importante receber as visitas e seguir as orientações no dia a dia”, alerta Atualpa Soares, gerente da célula de vigilância ambiental e riscos biológicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

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Segundo o mais recente Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) realizado no Município, recipientes para armazenamento de água para consumo, como as cacimbas e tambores, representam 42% dos criadouros do mosquito. Já baldes, pratos de vasos e reservatórios de geladeiras são um terço dos focos. Pneus, lixo, calhas e ralos também estão entre os pontos de atenção.

Durante a manhã desta quinta-feira, 4, cerca de 300 agentes de endemias realizaram ações de fiscalização e conscientização contra as arboviroses nos bairros em alerta. “A estimativa é visitar mais de 10 mil imóveis, para identificar possíveis focos e para conversar com a população. Esperamos ter uma diminuição nos índices e nos casos”, afirma Soares. Capinação de terrenos e limpeza de canais também tiveram início sob responsabilidade da Secretaria Regional 11.

Entre as casas visitadas está a de Antônia Elda Barbosa, moradora do Conjunto Ceará. “Ninguém da minha família nem vizinhos tiveram dengue ou chikungunya recente, mas está tendo muitos casos, né? A gente precisa tomar o máximo de cuidado possível”, afirma. Mesmo protegida com tela, a caixa d’água da casa foi detectada como foco de larvas. Com a explicação dos agentes, dona Elda aprendeu que não basta tampar o recipiente, é preciso realizar limpezas periódicas para eliminar qualquer perigo.

Alguns metros depois, funciona a concessionária de veículos de Geneton Nascimento, que vê o acúmulo de lixo nas redondezas como um dos maiores problemas. “Pessoas da família e vizinhos já tiveram as doenças. A gente não, mas a gente sabe que é muito ruim e previne de todas as formas”, conta. Ele e a esposa são unânimes em afirmar que “o cuidado precisa começar dentro de casa e com a responsabilidade de cada um”. “Aqui a gente vê muito lixo na rua, nos terrenos. Se a Prefeitura vem limpar, em dez, 15 dias tem lixo de novo”, lamenta Marina Nascimento.

“Os meses de abril, maio e junho são os de maior transmissão das arboviroses, e a atenção precisa ser em toda a Cidade. A partir de julho há uma queda, que se acentua em agosto. É neste atual período que a gente consegue detectar quais são os locais que ainda sustentam transmissão elevada, planejar e realizar ações”, contextualiza o gerente da célula de vigilância ambiental e riscos biológicos. A depender da presença do mosquito e persistência de casos, mutirões em outros bairros podem acontecer nos próximos meses concomitantemente com o início da Operação Inverno 2023.

Incidência das arboviroses em Fortaleza

A necessidade de atenção com o Aedes aegypti é reforçada pelas taxas de incidência das arboviroses na Capital. De acordo com dados consolidados disponíveis no Sistema de Monitoramento Diário de Agravo (Simda) e atualizados nesta quinta-feira, 4, o Conjunto Ceará I é o bairro com maior incidência da dengue na Capital neste ano. São 2.269,9 casos confirmados de dengue a cada 100 mil habitantes; a taxa é mais que o quíntuplo da incidência da doença na Capital como um todo (424,6).

Em relação à chikungunya, o bairro também chama a atenção: está entre os cinco com maiores incidências. A lista é composta, em ordem decrescente, por: Prefeito José Walter (2.786,7 casos/100 mil habitantes), Ancuri (1.671,6), Parque São José (1.600,2), Conjunto Ceará I (1.368,6) e Pedras (1.352,3). A taxa na Capital é de 446,8 casos confirmados de chikungunya a cada 100 mil habitantes.

Os únicos dois casos de zika confirmados em Fortaleza em 2022 foram identificados em moradores dos bairros Cajazeiras e Rodolfo Teófilo.

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