Fortaleza registra 1.203 viagens no app 99 com destino à Delegacia da Mulher

O acumulado é referente ao ano de 2020 e 2021. Cerca de 78 cidades brasileiras registraram pelo menos uma solicitação com destino a delegacias da Mulher

22:48 | Jan. 28, 2022

Em 84% dos casos, os agressores são maridos ou ex-maridos (foto: 99/Reprodução )

O aplicativo 99 registrou, entre 2020 e 2021, um aumento de 42% no volume de corridas com destino a endereços próximos às Delegacias de Mulheres do País, onde são feitas denúncias de violência doméstica. Segundo a empresa, dentro da plataforma são disponibilizados vouchers, que podem ser usados pelo público feminino para denunciar as agressões. Durante o período analisado, Rio de Janeiro e São Paulo foram as capitais que mais registraram viagens. Em Fortaleza, foram contabilizados um total de 1.203 viagens.

Os dados são um comparativo entre abril até julho dos dois anos. De acordo com a empresa de tecnologia ligada à mobilidade urbana, das 78 cidades brasileiras que registraram pelo menos uma solicitação com destino a delegacias de mulheres, 18 são capitais, seis são da região Nordeste e quatro da região Sudeste. Norte e Centro-Oeste registram três capitais cada uma e o Sul aparece com duas.

“Independentemente de onde tenha ocorrido a violência, seja em casa, no trabalho ou em uma corrida por aplicativo, a mulher pode e deve solicitar apoio usando o aplicativo da 99. Nós entendemos que é nosso papel apoiar ações para acolher as vítimas e dar um basta neste ciclo de dor e agressão”, explica Livia Pozzi, diretora de Operações e Produtos da 99.

O serviço de vouchers foi adotado em 2020. A ideia surgiu após o crescimento dos números de agressões a mulheres por conta do isolamento social provocado pela Covid-19.

A ação é uma parceria com o projeto Justiceiras. A plataforma disponibiliza um canal direto no aplicativo, de forma online e gratuita, o que estimulou uma média de três mulheres por dia a procurarem as voluntárias do grupo para denunciarem abusos e agressões.

Perfil das vítimas

O projeto Justiceiras aponta um perfil de mulheres que procuraram o grupo neste ano, via aplicativo da 99 e fora da plataforma. Sete entre 10 mulheres são pardas, indígenas ou negras. Das que possuem emprego, 90% recebem um salário mínimo, mas 50% sequer possuem trabalho, o que dificulta a busca por ajuda, uma vez que são financeiramente dependentes dos companheiros.

A parceria registrou até o mês de setembro de 2021 mil pedidos de apoio via aplicativo da 99. Em 84% dos casos, os agressores são maridos ou ex-maridos. Neste cenário, sem privacidade, 45% moram com o agressor e 24% são vigiadas pelo celular.

Sem acesso, muitas sequer fazem denúncias. Das que procuraram as voluntárias este ano, 48% foram para o primeiro pedido de ajuda.

Investimento

Para oferecer segurança para as usuárias antes, durante e depois das corridas, a 99 investiu em inteligências artificiais que identificam passageiras que estão em situações de maior risco e direciona a chamada para um motorista parceiro melhor avaliado ou motorista mulher.

Além disso, conta com um rastreador de comentários que analisam palavras e contextos relacionados a assédio para banir agressores e direcionar as vítimas para acolhimento e suporte.

A plataforma também disponibiliza a opção de compartilhar a rota para contatos de confiança; monitoramento de corrida em tempo real via GPS; câmeras de segurança; gravação de áudio; botão de ligação para a polícia e uma Central de Segurança disponível 24 horas, sete dias por semana, que realiza atendimento humanizado.

Para as motoristas parceiras, que hoje representam 5% da base de condutores da plataforma, a empresa lançou o 99Mulher. A ferramenta permite receber chamadas apenas de passageiras, que são cerca de 60% da base de usuários da empresa, incentivando a atividade entre as mulheres.


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